18 fev, 2020
Já foram ditas e escritas todas as palavras necessárias à condenação dos acontecimentos ocorridos no estádio Don Afonso Henriques de Guimarães.
Só o nome sagrado do Rei Fundador da Nacionalidade deveria inspirar-nos a todos no sentido de evitar comportamentos como aqueles de que foram protagonistas alguns adeptos de um clube prestigiado cujo respeito, foi por eles lançado na lama. E se dizemos alguns adeptos é, objetivamente, para não querer identificar minimamente uma cidade nobre com um punhado de energúmenos que em momento de desespero decidiram “castigar” com insultos racistas um jogador que lhes tinha acabado de lhes roubar a possibilidade de terminar o jogo amealhando pontos.
O ato correu mundo, mereceu comentários sem conta, e fez Portugal perder prestígio além-fronteiras.
E deu também lugar à reafirmação dos responsáveis governamentais de que tudo será feito no sentido de não deixar os prevaricadores sem castigo.
Estamos todos um pouco cansados destas promessas sem consequências, porque pouco têm ido além das palavras.
Seja como for, pode ter começado no último sábado um tempo novo para o futebol português, porque o país inteiro tomou consciência da gravidade das ocorrências num desafio de futebol.
Às tais palavras, palavras, palavras, deverão seguir-se ações muito concretas, exigindo-se que ninguém se esconda atrás do biombo para com o único objetivo de salvaguardar efeitos eleitorais.
Marega, corajoso e capaz de levar por diante uma atitude antes julgada impensável, prestou um enorme serviço ao futebol português se, claro, for aproveitado por aqueles a quem não deve faltar coragem para fazer cumprir a lei.