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França

Combate ao islamismo radical. Macron aperta o cerco ao financiamento de mesquitas

18 fev, 2020 - 21:39 • Redação com Lusa

“Devemos ter mesquitas financiadas de forma transparente e dirigidas por imãs formados em França e respeitadores dos nossos valores”, defendeu o Presidente francês.

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O Presidente francês, Emmanuel Mácron, anunciou esta quinta-feira que vai aumentar o controlo dos imãs estrangeiros e do financiamento com dinheiro de outros países das mesquitas em França, para combater o “separatismo” em bairros onde o islamismo radical está presente. Ao mesmo tempo, Emmanuel Macron anunciou medidas para que os serviços do Estado estejam mais presentes nesses bairros desfavorecidos, para contrariar o poder crescente dos meios radicais.

“Devemos ter mesquitas financiadas de forma transparente e dirigidas por imãs formados em França e respeitadores dos nossos valores”, disse Macron, em Metz, onde percorreu algumas das zonas mais desfavorecidas.

Neste sentido, indicou que vai proibir a entrada no país de imãs procedentes de Estados árabes pagos por estes. Em particular, mencionou os casos de Marrocos, Argélia e Turquia, enquanto assinalou que vai apoiar o Conselho Francês do Culto Muçulmano para a formação de religiosos em França.

Depois de realçar o trabalho de colaboração “exemplar” com Rabat e Argel, Macron indicou que não iria permitir que nenhum outro país possa influenciar o ensino do Islão em França, em clara referência a Ancara. “Não se podem aplicar as leis da Turquia no solo francês”, insistiu Macron, que se prontificou a trabalhar com as autoridades turcas.

O Presidente francês expressou o seu desejo de “lutar contra as influências estrangeiras”, “favorecer a organização do culto muçulmano” e “lutar contra toda a manifestação de 'separatismo' islamita”.

O chefe de Estado denunciou ainda que, “em nome de uma confissão”, muitos dos habitantes desses bairros renunciem aos valores da França, a qual, porém, considerou, não cumpre nestas zonas as funções que um Estado deve cumprir. “O ‘separatismo’ alimenta-se da ausência, em alguns lugares, de uma oferta alternativa, no plano social, desportivo, pré-escolar, cultural ou sanitário. Temos de acompanhar com mais força as associações e os municípios”, adiantou.

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