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Nélson Semedo também se queixou de racismo. "Hoje teria feito o mesmo que o Marega"

17 fev, 2020 - 19:39 • Redação

O internacional português fez gestos para a bancada do Vitória de Guimarães, em 2017. Agora, "teria agido de forma diferente".

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Nélson Semedo, que também se queixou de racismo em Guimarães, em 2017, aplaude a atitude de Moussa Marega, que se cansou de ouvir insultos racistas e abandonou o relvado aos 71 minutos da visita do FC Porto ao Vitória: "Não pode haver espaço para o racismo."

Na altura, com 24 anos, quando ainda jogava no Benfica, Nélson Semedo reagiu com gestos para a bancada. Em entrevista ao jornal "Público", o lateral-direito do Barcelona assume que "na altura, não era tão maduro" como é agora e, se tivesse sido hoje, "teria agido de forma diferente".

"Teria feito exatamente o mesmo que fez o Marega. Teria saído de campo", assume o internacional português, para quem o avançado do FC Porto "foi muito corajoso", perante uma situação "lamentável".

Nélson Semedo conta que se sentiu "muito apoiado" por todos no Benfica. "Pela opinião pública, nem tanto", lembra.

"Lembro-me de ler um artigo em que criticaram o meu gesto, dizendo que o cliente [os adeptos] tem sempre razão e que a única interacção permitida entre um jogador e o adepto é o aplauso. Não estariam certamente à espera que aplaudisse um ato de racismo", atira.

Responsabilidade ao árbitro


De volta ao Estádio D. Afonso Henriques, e ao episódio de domingo, Nélson Semedo salienta que "a primeira pessoa a reagir neste tipo de situação tem de ser o árbitro".

"Na minha opinião, o que o árbitro tem de fazer é terminar o jogo e não esperar que um jogador sofra tanto ao ponto de ter de abandonar a partida", sustenta o defesa do Barcelona, na mesma entrevista.

O caso Marega tem abalado Portugal. No entanto, e sem desculpabilizar, Nélson Semedo destaca que o racismo "é um problema global".

"No futebol, os atos de racismo têm sido cada vez mais comuns por falta de punição ou por punição leve por parte da UEFA ou dos responsáveis de cada federação. Os atos de racismo, independentemente de onde ocorram, têm de ser punidos como crime. Infelizmente, o racismo é um problema que está muito presente na sociedade", lamenta.

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