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Sousa Cintra acusa Varandas. "Quis alterar as coisas e não foi o que disse na campanha"

14 fev, 2020 - 10:43 • Redação

Antigo presidente do clube prestou declarações no Tribunal de Monsanto, no âmbito do caso de Alcochete, e fala do conflito entre direção e claques.

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Sousa Cintra, antigo presidente do Sporting, critica Frederico Varandas pela forma como lidera o clube e pelo conflito com as claques. O responsável pela transição entre a presidência de Bruno de Carvalho e Varandas prestou declarações no âmbito do caso de Alcochete e falou aos jornalistas antes de testemunhar.

"O doutor Varandas quis alterar as coisas e não foi isso que ele disse na campanha. Disse que queria unir os adeptos, mas como ia fazer isso naquela forma? Manda o treinador embora, o Peseiro tinha estado no Sporting um ano e pouco. Levou o clube à final da Liga Europa. Perdeu o campeonato desse ano no último jogo com o Benfica. Cinco treinadores depois disso?", questiona.

O antigo dirigente leonino diz que as claques têm de respeitar o clube e os sócios, mas lembra a direção atual do Sporting que "nunca viu ninguém ganhar com guerras".

"Ele queria unir os sportinguistas, mas tem estas divisões com as claques. As claques têm de respeitar o clube, os sócios, têm de ter um comportamento cívico e exemplar. Mas o que se passou foi desagravável. O importante era haver diálogo, entendimento. Nunca vi ninguém ganhar alguma coisa com guerras. Quando estive no Sporting como presidente da SAD pensei que o Sporting estava tranquilo em todas as vertentes, achava que estava tudo dentro da normalidade. Não havia motivo para tanto alarido, a união faz a força e essa união quebrou-se", disse.

Sousa Cintra explica conseguiu "recompor" o clube após a destituição de Bruno de Carvalho, na sequência do ataque na academia de Alcochete.

"Quando peguei no Sporting, havia aquela situação que todos conhecem. Tudo se resolveu naquela altura, o Sporting conseguiu recompor-se e tive pena de as coisas não terem corrido como a comissão fez. A comissão fez um trabalho brilhante, recuperou jogadores e deu uma alma nova ao clube. Quando saí do Sporting, o clube estava em 1º lugar e já tinha jogado como Benfica na Luz e com o Braga. O clube estava animado, o treinador estava a dar conta do recado, todos os jogadores estavam comprometidos com o projeto de sermos campeões e de darmos uma grande lição ao futebol", disse.

O regresso de Bas Dost

A direção de Sousa Cintra conseguiu recuperar vários jogadores que tinham rescindido unilateralmente com o Sporting, entre os quais Bas Dost. O ex-dirigente diz que é obrigação da direção proteger os seus atletas.

"Temos um passado que nos orgulha, não é só ganhar campeonatos. Tem de haver festa e não guerras. Os jogadores tiveram segurança, eu disse-lhes que não ia acontecer nada. Bas Dost era o que estava mais traumatizado, mas conversando com eles, disse que isto nunca mais ia acontecer. Insisti e o Bas Dost ficou. O Sporting tem a obrigação de defender os seus jogadores, são o património do clube. O diálogo é indispensável, entraram agora numa guerra desenfreada, não sei onde isto vai parar", lamenta.

Sousa Cintra não entende o motivo de testemunhar

O antigo dirigente leonino explica que não compreende o motivo de ter sido chamado a tribunal para prestar declarações, não conhece quem o arrolou como testemunha e garante que não sabe o que aconteceu naquele dia, apenas o que viu nas televisões.

"Não sei o que venho aqui fazer, venho como testemunha de uma pessoa que não conheço. O nome que vem aqui, Guilherme Gata de Sousa, não conheço. Deve ser uma perda de tempo. Só tenho de lamentar o que aconteceu. Sei que o que se tive a ocasião de ver nas televisões, foi um dia triste para mim, para os sportinguistas e para os portugueses. Ouvi relatos, mas eles já todos fizeram os seus depoimentos. O que posso dizer é que não conheço a pessoa que me convocou para testemunhar. Espero que as coisas corram bem, que a justiça faça o seu trabalho", remata.

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  • 15 fev, 2020 Oliveira 09:01
    Todos conhecemos bem o corporativismo da classse médica. Esses mercenários vão matar a soldo do governo para poupar dinheiro, tanto nos serviços de saúde como nas reformas. Esse dinheiro irá ser distribuído mas de que maneira não sei.

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