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Rodrigo Cavaleiro

Autoridade para Prevenção e Combate à Violência pede aos dirigentes que tenham "postura responsável e conciliadora"

12 fev, 2020 - 13:00 • Rui Viegas com Redação

Rodrigo Cavaleiro, presidente do organismo criado pelo Governo, salienta que os clubes devem assumir responsabilidade, no que toca a premiar ou castigar determinados comportamentos dos adeptos.

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O presidente da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) pede, em entrevista a Bola Branca, contenção nas declarações públicas a todos os agentes do futebol, incluindo dirigentes.

Rodrigo Cavaleiro dirige um organismo recente, criado pelo Governo num momento atribulado do futebol português. Os comportamentos das claques, as críticas à arbitragem, as acusações entre clubes e a entidades como Federação, Liga e Governo são temas que estão na ordem do dia e que levam o presidente da APCVD a pedir que se evite comportamentos que levem a um crescendo de emotividade nos adeptos.

"Que haja alguma clarividência e que se apele menos à emotividade dos adeptos, porque, infelizmente, esta vertente mais emotiva e até menos racional que o desporto desperta em nós acaba por responder quando há algumas declarações mais quentes, mais polémicas ou que apelam mais a determinado clubismo. É importante que todos os envolvidos nesta luta tenham postura responsável e conciliadora", alerta.

Clubes devem assumir responsabilidade


A propósito das claques e da sua relação com os clubes, Rodrigo Cavaleiro assinala que "quanto maior a dimensão e quanto maior massa humana gira em torno de determinado clube, maior é a sua responsabilidade social". Por isso, defende que os clubes, especialmente os grandes, devem penalizar "comportamentos contrários à lei".

"Os clubes têm de apoiar os comportamentos em que se reveem e retirar apoio a comportamentos violentos, intolerantes, contrários à lei e que impliquem coação sobre atletas e dirigentes. Deve haver alguma disciplina imposta aos adeptos por via dos próprios clubes", sublinha.

De qualquer forma, o presidente da APCVD salienta que todos devem "tentar fazer mais e melhor", em vez de olhar para a casa dos outros: "Mais que apontar o dedo, devemos perguntar: 'em que é que eu próprio posso contribuir e em que é que eu próprio posso melhorar?'."

A "ponta de lança" das medidas


Para Rodrigo Cavaleiro, presidente da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, a interdição de adeptos nos estádios deve ser a medida principal.

"Isto é um trabalho contínuo que está agora a começar e desengane-se quem achar que isto se resolve com um estalar de dedos. Há aqui sinais muito encorajadores", refere.

Chamado a fazer um balanço geral da atuação da APCVD, Rodrigo Cavaleiro mostra-se satisfeito:

"Há pessoas que, num espaço de duas, três semanas após terem cometido determinada infração, estão a receber a decisão final do seu processo. Também tem surgido um aumento de interdições das autoridades judiciárias. No passado fim de semana, havia mais de 100 pessoas, pela primeira vez, impedidas de entrar em recintos desportivos."

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