07 fev, 2020
É uma pandemia de que enferma o futebol português, e que não é apenas de agora.
Revisitando um longo passado é fácil encontrar, com enorme regularidade, motivos que ajudam a classificar a modalidade de marginal, incapaz de justificar o prestígio que conquistou por esse mundo fora, através de conquistas tanto de clubes como de seleções.
A dois dias de um clássico que pode influenciar de forma decisiva o futuro do campeonato parece-nos, no entanto, mais oportuno e acertado falar desse jogo e deixar de lado as demais questões que referimos antes, e claramente menos importantes do que aquilo que vai passar-se dentro das quatro linhas protagonizado por atletas de muita qualidade e cujo empenho não deixará de ser posto em jogo durante noventa minutos.
Trata-se de um jogo em que, como é tradição, não há vencedores antecipados, embora uns possam ser considerados mais favoritos do que outros.
No primeiro caso falamos do Benfica e só depois o Futebol Clube do Porto.
Dispondo de uma considerável vantagem na classificação, os encarnados vão entrar no Dragão envoltos em maior tranquilidade do que os seus adversários pois, mesmo perdendo, manter-se-ão na liderança e continuando apenas dependentes de sim próprios. Além disso, tem sido visível uma enorme qualidade na maioria dos seus jogadores, o que resulta num conjunto harmonioso e com notável capacidade de concretização.
Do outro lado, os portistas têm como vantagem maior a de jogar no seu estádio com o garantido apoio de uma massa adepta que lhe tem sido muito fiel.
De resto, quanto à sua produção parece legítimo levantar algumas dúvidas.
Os jogos mais recentes dos dragões não têm inspirado muita confiança aos adeptos, o que faz aumentar a sua responsabilidade no embate deste sábado.
Em desafios como este Porto-Benfica, também faz parte da longa tradição nem sempre ter em conta o momento de forma de cada uma das equipas. E essa asserção também poderá repetir-se amanhã.
Seja como for, oxalá estejamos perante um grande jogo, a que o público possa associar-se com todo o entusiasmo, bem arbitrado e sem casos, suscetíveis de virem a arrastar-se pelos dias que se seguirão.