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Portugal avança com rede nacional de computação avançada

04 fev, 2020 - 17:46 • Rosário Silva

Portugal participa no megaprojeto mundial e está a criar uma rede nacional de computação avançada, com três polos estratégicos: Norte, Centro e Alentejo. A um ano do inicio da construção do maior radiotelescópio do mundo, foi inaugurado esta terça-feira, em Évora, o OBLIVION, o supercomputador com maior capacidade de processamento e armazenamento, em Portugal.

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O Square Kilometer Array (SKA), o maior radiotelescópio do mundo, começa a ser construído em janeiro do próximo ano. O anuncio foi feito esta terça-feira, em Évora, pelo investigador do polo do Instituto de Telecomunicações, na Universidade de Aveiro Domingos Barbosa.

“Neste momento, estamos a fazer o design das tecnologias que vão servir o SKA”, um projeto que vale 900 milhões de euros na sua construção e que começa em janeiro de 2021”, confirmou Barbosa aos jornalistas à margem da sessão de inauguração do supercomputador OBLIVION.

Portugal prepara-se par entrar nesta aventura cientifica desde março de 2019, altura em que foi criado o Observatório Square Kilometre Array (SKA), numa iniciativa intragovernamental cujo objetivo é, precisamente, construir e operar o SKA, que vai perscrutar alguns dos maiores mistérios do Universo.

Duas dezenas de países, quase 300 empresas e mais de mil investigadores de todo o mundo trabalham neste grandioso projeto, com Portugal a dar o seu contributo através do consórcio ENGAGE SKA, que reúne o Instituto de Telecomunicações, com a participação da Universidade de Aveiro da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Universidade de Coimbra, Universidade de Évora e Instituto Politécnico de Beja.

“Portugal vai participar com uma quota na sua construção, ainda em negociação, mas desde já tem que desenvolver competências, recursos humanos avançados, para trabalharem com essa máquina gigantesca”, adianta Domingos Barbosa.

Sobre a dimensão do projeto, o também coordenador do consórcio ENGAGE SKA, explica que serão “muitas antenas ligadas a centros de computação, que vão ter alguns dos melhores supercomputadores do mundo, instalados em sítios remotos, que depois vão transportar cerca de 10 vezes o tráfego mundial de Internet de hoje, através de cabos submarinos para a Europa.”

“Estamos a capacitar o país e a industria, através de um consorcio com quatro milhões de euros”, sublinha o investigador, alegando que “a partir do próximo ano estaremos em posição de alavancar um projeto que ultrapassará certamente os 20 a 30 milhões de euros em ativos nacionais, industriais e científicos.”

Associado ao maior radiotelescópio do mundo, está o supercomputador OBLIVION, inaugurado esta terça-feira, com um desempenho equivalente a 1.200 computadores pessoais, a funcionar em conjunto. Ainda em fase de testes, está instalado no Data Center da DECSIS, no Parque Industrial e Tecnológico de Évora, e é uma mais-valia para o sucesso do SKA.

“Portugal está a criar uma rede nacional de computação avançada, com três polos, três supercomputadores”, adianta o professor da academia de Aveiro. “Este de Évora é o que tem mais capacidade de processamento e armazenamento no país, depois há o de Coimbra, que tem sido o polo histórico das competências a nível da supercomputação, e no Minho com “Deucalion”, um supercomputador financiado pela Comissão Europeia.”

“Portanto”, prossegue, “estes três polos são a espinha dorsal da supercomputação avançada em Portugal e que vão entroncar com a rede europeia de supercomputação.”

Domingos Barbosa mostra-se convicto que os próximos dois anos são fundamenais para a concretização do projeto mundial, com “a coluna de supercomputação avançada em Portugal” a situar-se em regiões (Norte, Centro e Alentejo) que convergem para “fomentar a inovação nas tecnologias de computação avançada no país.”

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