Costa em colégio. É de pequenino que se começa a perceber o Orçamento

04 fev, 2020 - 12:47 • João Cunha

O primeiro-ministro foi inaugurar ampliação de uma creche na Moita e, perante plateia de crianças com três anos, em média, “desenrolou” metas do Orçamento para 2020, que esta semana é votado no Parlamento.

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O nevoeiro intenso não impediu que, à hora prevista, António Costa chegasse ao Colégio Corte-Real, na Moita. Depois da ampliação, aquele estabelecimento de ensino recebe agora cerca de 350 crianças.

Depois de uma breve visita a algumas salas da creche - com algumas crianças a assustarem-se face à quantidade de gente que, de repente, irrompeu salas dentro - o autarca local foi o primeiro a falar, para desafiar o primeiro-ministro a eliminar as discrepâncias existentes na Área Metropolitana de Lisboa.

Começando por referir a “pretensa dicotomia entre litoral e interior”, Rui Garcia, eleito pela CDU nas autárquicas de 2017, lembrou que “atrás das estatísticas, oculta-se uma realidade que as estas não conseguem revelar: é a profunda assimetria” existente na Área Metropolitana de Lisboa.

Essas diferenças sentem-se ao nível das escolas, da mobilidade, da acessibilidade e da habitação. “Problemas que precisam de resposta do Estado”, sublinhou o autarca, para quem “o investimento público em Portugal está muito dependente dos fundos comunitários”.

Na resposta, António Costa - que começou por pedir às crianças um “ensaio” em torno de um “bom dia” - sublinhou a felicidade em ver o aumento da oferta de lugares nas creches, “que têm um papel fundamental face a um dos maiores desafios que o país enfrenta: podermos criar melhores condições para que as famílias possam ter os filhos que desejam ter”.

Para isso, disse, o Governo está a trabalhar em várias vertentes. E lá veio o novelo de medidas previstas no atual Orçamento do Estado: mais vagas nas creches, complementos de creches de 60 euros mensais, a partir do segundo filho... Mas ainda mais, segundo Costa: foi possível melhorar o orçamento “com uma proposta do PCP, que permitiu que desde outubro, a gratuitidade a todas as famílias no primeiro escalão das creches e a partir do segundo filho no segundo escalão”.

O chefe do Governo reconhece que há mais trabalho a fazer, como no plano da conciliação entre trabalho, vida pessoal e vida familiar. E para isso, em sede de concertação social, está a ser negociado um acordo para a conciliação entre estas vertentes, “para que possa ser possível ajustar melhor o trabalho por turnos, os horários com as necessidades de famílias com crianças pequenas”.

António Costa passou depois pela melhoria das condições económicas das famílias jovens e garantiu que, se o orçamento “vier a ser aprovado, haverá também melhorias nessa matéria, assim como na habitação”. E lá veio a isenção fiscal nos primeiros anos de trabalho dos jovens, “porque têm de arranjar casa, mobília e eletrodomésticos”, essenciais para o início de vida. E veio o “investimento previsto nos equipamentos para idosos e nos cuidados continuados para idosos”.

Atenta q.b., a plateia - na sua maioria formada por crianças de três anos e menos - lá ouviu algumas das medidas previstas no orçamento.

“Tenho fome”, diziam alguns, já perto da hora habitual de almoço. Não pareceram entusiasmados com o discurso do primeiro-ministro. Mas também, a culpa não é deles…

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