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Arguido agride oficial de justiça no Tribunal de Matosinhos. Sindicato exige polícia

28 jan, 2020 - 23:45 • Vítor Mesquita , com Lusa

Terceira agressão no espaço de poucas semanas, no Tribunal de Matosinhos. Em declarações à Renascença, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais lembra os repetidos alertas de falta de segurança e exige medidas concretas.

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Uma oficial de justiça foi agredida esta terça-feira, no Tribunal de Matosinhos, por um arguido que aguardava julgamento. É a terceira agressão naquela casa da justiça, no espaço de poucas semanas.

O suspeito estava no tribunal para ser julgado por crimes de maus-tratos a animais, mas o julgamento acabou adiado.

No entanto, e enquanto aguardava fora da sala de audiências a marcação de futuras diligências, começou a tirar fotos às testemunhas presentes com o seu telemóvel, tendo sido advertido pelo segurança que não podia fazer tal, explicou o dirigente sindical.

De seguida, o segurança retirou-lhe o telemóvel e entregou-o à oficial de justiça, referiu.

Quando viu passar a profissional à sua frente, o arguido se dirigiu a ela para que esta lhe devolvesse o telemóvel, batendo-lhe na cabeça e apertando-lhe os pulsos, causando-lhe hematomas.

O agressor vai ser presente na quarta-feira a um juiz de Instrução Criminal.

Este caso acontece cerca de duas semanas depois de uma juíza e de uma procuradora do Ministério Público terem sido agredidas no Tribunal de Família e Menores de Matosinhos.

No dia 15 de janeiro, no âmbito de uma audiência de regulação do poder parental e, na sequência de uma agressão, uma mulher com cerca de 30 anos foi detida e conduzida às celas do tribunal de Matosinhos.

“Falta polícia nos tribunais" e "vontade política"

Em declarações à Renascença, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais condena a nova agressão no Tribunal de Matosinhos. Fernando Jorge lembra os repetidos alertas de falta de segurança e exige medidas concretas.

“Falta polícia nos tribunais. A segurança dos tribunais não pode estar à mercê das empresas de segurança privada, por quem tenho o maior respeito. Um órgão de soberania, como são os tribunais, tem que ter PSP ou GNR”, defende o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais.

Fernando Jorge faz um novo alerta ao Governo: a falta de segurança nos tribunais “é muito grave e preocupante” e não há mais casos por “sermos um país de brandos”.

“Hoje aconteceu no Tribunal de Matosinhos e, eventualmente, pode acontecer noutros tribunais se as coisas continuarem com estes níveis muito pouco aceitáveis de segurança nos tribunais”, adverte.

Nestas declarações à Renascença, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais diz que colocar polícias nos tribunais pode acontecer “de um dia para o outro”, porque “é uma questão de vontade política”.

“Nós, infelizmente, não podemos fazer segurança nos tribunais. O que fazemos é continuar a dar todo o apoio aos nossos colegas e reivindicar junto dos políticos mais segurança nos tribunais”, conclui Fernando Jorge.

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