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​Coronavírus na Alemanha é o primeiro caso de contágio direto na Europa

28 jan, 2020 - 11:58 • Cristina Nascimento com Lusa

Além do caso, estão registados mais dois doentes – um no Japão, outro no Vietname - que ficaram infetados sem se terem deslocado à China.

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As autoridades alemãs confirmam que o primeiro caso de um alemão infetado por coronavírus ficou doente por contacto com uma colega de trabalho chinesa. Segundo as autoridades de saúde do Estado da Baviera, na Alemanha, o doente alemão - o primeiro europeu infetado pelo vírus sem ter estado na China - foi hospitalizado esta terça-feira.

O homem tem 33 anos e trabalha para a Webasto, um fornecedor de automóveis na Baviera, tendo sido infetado em janeiro por uma colega que foi da China para a Alemanha para fazer uma formação durante alguns dias, adiantaram as autoridades sanitárias.

A funcionária chinesa esteve entre 19 e 22 de janeiro na Alemanha e, ao regressar ao seu país, "sentiu-se mal", contou o diretor do Serviço de Saúde da Baviera, Andreas Zapf.

A mulher foi, de imediato, diagnosticada como caso positivo de coronavírus e, entretanto, um dos funcionários da empresa da Baviera que havia participado na formação, apresentou também sintomas de gripe, acabando por ser confirmado como caso positivo de coronavírus.

Até agora nenhum outro caso suspeito foi relatado na Alemanha, mas as autoridades estão a avaliar 40 pessoas que entraram em contacto com os dois funcionários infetados, dentro ou fora da empresa.

Outros casos de contaminação direta fora da China

As autoridades japonesas anunciaram esta terça-feira um caso do vírus num homem que não visitou a China, mas transportou turistas de Wuhan, cidade onde o coronavírus teve origem.

O homem, de 60 anos, vive na cidade turística de Narra, e transportou, este mês, dois grupos de turistas de Wuhan num autocarro, tendo sido hospitalizado no sábado com sintomas de gripe, informou o Ministério da Saúde do Japão.

Já antes, no Vietname, havia registo de um caso de contágio direto entre pai e filho. O pai, morador da cidade de Ho Chi Minh, no sul do Vietname, chegou a 13 de janeiro de Wuhan. Ele e o seu filho foram hospitalizados a 17 e 18 de janeiro depois de os testes de coronavírus terem dado positivo.

A China elevou para 106 mortos e mais de 4.000 infetados o balanço do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

As autoridades de Pequim confirmaram a primeira morte na capital chinesa de uma pessoa infetada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), um homem de 50 anos que esteve na cidade de Wuhan, em 8 de janeiro.

Um primeiro caso confirmado de contaminação com este vírus foi registado na Alemanha esta segunda-feira, o segundo país afetado da Europa, depois de França.

Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.

As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou. As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

O Governo chinês decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.

A região de Wuhan encontra-se em regime de quarentena, situação que afeta 56 milhões de pessoas.

Alguns países, como Estados Unidos, Japão, França, Alemanha e Portugal, estão a preparar com as autoridades chinesas a retirada dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de portugueses. Segundo relatos feitos à Renascença, os portugueses estão "revoltados" com a demora da saída e com a falta de informação prestada.

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