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Médicos da clínica de Frederico Varandas tratam atletas do Sporting

24 jan, 2020 - 10:23 • Redação

Bruno de Carvalho quis formalizar a parceria, mas o atual presidente recusou, de acordo com o jornal "Público".

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Os atletas do Sporting são tratados por médicos da clínica ComCorpus, que pertence a Frederico Varandas, atual presidente do clube, segundo avança o "Público", esta sexta-feira. O organigrama do Sporting dita que são sete os funcionários desta empresa, fundada em 2015, que dividem serviços. A própria clínica é utilizada para tratar atletas do Sporting.

Há cinco clínicos nesta situação: Nuno Loureiro (coordenador clínico do Sporting), Pedro Pessoa (responsável pela cirurgia ortopédica do departamento de futebol profissional do Sprotporting), Nuno Oliveira (ortopedista), Filipe Bettencourt (fisiatra) e Manuel Resente Sousa (ortopedista e médico das modalidades e da equipa olímpica). Também há dois fisioterapeutas: Vasco Cabral e Patrice Sacramento.

Varandas não estranha partilha


Frederico Varandas considera "normal" a partilha de médicos e fisioterapeutas, conforme afirmou, em declarações ao "Público": "Todos estes médicos trabalham em vários sítios. Não têm exclusividade."

O presidente do Sporting confirma que os atletas do clube são, por vezes, tratados na clínica, caso que já se verificava durante o mandato de Bruno de Carvalho, que tentou formalizar a parceria. Varandas recusou:

"Quando eu era diretor clínico do Sporting, Bruno de Carvalho sugeriu e insistiu que se fizesse um protocolo com a minha clínica, mas eu rejeitei a ideia. Não achava correto. Disse-lhe que não precisava disso e que a minha clínica poderia, mesmo assim ajudar o Sporting."

Frederico Varandas assegura ao "Público" que o Sporting "nunca pagou nada à ComCorpus" pelo tratamento de atletas e que "nada é faturado".

"Jamais, em cinco anos, houve um cêntimo pago pelo Sporting ou por alguma seguradora em nome de algum atleta à clínica. Zero. Sempre ofereci tudo ao Sporting. Vários atletas recuperaram na minha clínica. Os custos eram para a minha clínica", sublinha o líder leonino.

No Dragão e sem currículo completo


O caso de Nuno Loureiro adensa-se, uma vez que o coordenador clínico do Sporting também desempenha funções na Clínica do Dragão, no Estádio do Dragão, no Porto, que tem protocolo com o FC Porto.

O "Público" garante que esta situação tem gerado mal-estar no Sporting.

Os currículos de Nuno Loureiro registados no ComCorpus e na Clínica do Dragão são díspares: na clínica, não refere as funções desempenhadas no Porto; no Dragão, não menciona a ComCorpus, nem o Sporting.

Frederico Varandas garante não estar a par dessas disparidades e remete as explicações para o próprio Nuno Loureiro. Confrontado pelo "Público", o fisioterapeuta também se mostra surpreendido.

"Não sou eu que controlo aquilo que é publicado nos currículos. Não tenho exclusividade com nenhuma destas clínicas. Vou fazendo o meu trabalho conforme a minha disponibilidade e sem prejuízo para nenhuma destas entidades", vinca o coordenador clínico do Sporting.

Publicidade desvia-se do protocolo


De acordo com o "Público", os jogadores de futebol do Sporting têm contratos de direitos de imagem e não são autorizados a publicitar uma clínica ou qualquer outra marca com que o Sporting não tenha protocolo, a não ser que recebam autorização da direção do clube para tal.

Porém, conforme admite o próprio Frederico Varandas, a ComCorpus já usou a imagem dos atletas para fins publicitários. "Por isso mesmo entendi que não deveria cobrar nada", explica o presidente leonino.

Varandas é o sócio-gerente da ComCorpus, com uma participação maioritária de 60% do capital. O presidente do Sporting assume que chegou a equacionar vender a clínica, quando venceu as eleições.

"Não suspendi as minhas funções como sócio-gerente da clínica porque não tenho ordenado, nem sou lá médico. Para além do mais, a logística de mudar um cargo da direção clínica é muito complicado", refere.

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