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Trump diz-se orgulhoso de participar em "Marcha Pela Vida"

24 jan, 2020 - 18:11 • Filipe d'Avillez

Diante de uma multidão de manifestantes contra o aborto o Presidente disse que a esquerda o ataca porque ele defende os que não têm voz.

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Donald Trump tornou-se esta sexta-feira o primeiro Presidente dos Estados Unidos a participar numa Marcha Pela Vida, em Washington, admitindo que estava muito orgulhoso por poder estar com as centenas de milhares de pessoas que participaram no evento anual.

O Presidente foi recebido com muitos aplausos e gritos de “mais quatro anos” por uma multidão composta em grande parte por jovens, vindos dos quatro cantos do país.

“Há 47 anos que americanos de todas as ascendências viajam através do país para tomar posição pela vida. Hoje, enquanto Presidente dos EUA, é com orgulho que estou aqui convosco”, disse Trump.

Aos jovens disse “vocês são o coração da Marcha Pela Vida. É a vossa geração que está a tornar a América uma nação pró-família e pró-vida.”

“O movimento pró-vida é liderado por mulheres fortes, líderes religiosos fantásticos e estudantes corajosos que lutaram para dar continuidade ao legado dos pioneiros que nos antecederam e que lutaram para despertar a consciência da nossa nação e defender os direitos dos cidadãos. Vocês acolhem mulheres com compaixão, são alimentados pela força da oração e motivados por amor puro e altruísta”, afirmou ainda o Presidente.

"Quase todos os principais democratas no Congresso apoiam hoje o aborto, financiado pelo Estado, até ao nascimento"

Depois de elencar as várias medidas da sua Administração em favor da vida, incluindo pôr fim ao financiamento federal de abortos em países em desenvolvimento e a nomeação de juízes conservadores para os tribunais federais, Trump aproveitou para lançar farpas ao Partido Democrata, num ano em que vai ter de disputar uma reeleição.

“A extrema-esquerda está a trabalhar ativamente para apagar os nossos direitos divinos, fechar organizações caritativas de cariz religioso, banir os crentes da praça pública e silenciar os americanos que acreditam na santidade da vida. Estão atrás de mim porque eu estou a lutar por vós, e juntos estamos a lutar por aqueles que não têm voz. E vamos vencer!”

“No que diz respeito ao aborto, os democratas têm acolhido as posições mais radicais vistas neste país nos últimos anos e décadas. Quase todos os principais democratas no Congresso apoiam hoje o aborto, financiado pelo Estado, até ao nascimento”, disse, provocando vaias dos seus ouvintes.

Trump terminou o seu discurso com uma declaração de fé na santidade da vida e no heroísmo das mães. “A todas as mães, celebramo-vos e declaramos que são heroínas. Cada vida traz amor para o mundo; cada criança traz alegria para uma família; cada pessoa é digna de proteção e, acima de tudo, sabemos que cada alma humana é divina e que cada vida, nascida ou nascitura, é feita à imagem de Deus todo poderoso”.

O aborto foi legalizado em todo o país por decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, em 1973.

O processo Roe v. Wade envolveu uma mulher chamada Norma McCorvey que processou o Governo, reivindicando o direito a abortar. Anos depois de o Supremo ter decidido a seu favor McCorvey admitiu que tinha mentido durante o processo e passou o resto da sua vida a lutar para reverter a lei que tinha ajudado a criar.

Caso a decisão seja revertida a responsabilidade de legislar sobre a legalidade do aborto passará de novo para os Estados. Se em muitos é natural que tudo se mantenha igual, nalguns mais conservadores, sobretudo no sul, é possível que o acesso ao aborto legal seja fortemente restringido, ou mesmo proibido. Vários desses Estados já passaram leis para limitar o aborto, sabendo que estas acabarão por chegar ao Supremo, tentando assim forçar uma reavaliação de Roe V. Wade.

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