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Candidata presidencial pelo PS? Ana Gomes diz que "António Costa jamais o permitirá"

23 jan, 2020 - 00:22 • Ricardo Vieira

Apesar do apelo lançado por Francisco Assis na Renascença, Ana Gomes não equaciona uma candidatura a Belém. Quer ter "liberdade" para denunciar e combater a corrupção, sem estar "constrangida" por um cargo político, afirma em entrevista à RTP.

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Ana Gomes está totalmente concentrada no combate à corrupção e não equaciona uma candidatura às próximas eleições presidenciais de 2021 ou a outros cargos políticos. Em entrevista à RTP, a antiga eurodeputada acrescenta que António Costa "jamais" permitiria que fosse a candidata do PS.

A diplomata defende que o Partido Socialista "tem a obrigação" de apresentar um candidato a Belém e considera que "há muitas pessoas que podem ser esse candidato".

"Eu não estou disponível para me coarctar da liberdade que é hoje essencial para a minha capacidade de intervenção cívica", sublinha Ana Gomes que tirou uma licença sem vencimento no Ministério dos Negócios Estrangeiros para "combater a corrupção".

Essa disponibilidade mudaria se o PS considerasse o seu nome para candidata à Presidência da República? "Não se incomode com isso porque o primeiro-ministro, António Costa, jamais o permitirá", responde Ana Gomes.

Em relação às eleições presidenciais de 2021, a antiga eurodeputada não tem "dúvida nenhuma que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai recandidatar-se e vai ser eleito", mas o PS deve apresentar um candidato para "federar as esquerdas".

O socialista Francisco Assis defendeu, no programa "Casa Comum" da Renascença, uma candidatura de Ana Gomes à Presidência da República. Em entrevista à RTP, a diplomata considera que, atualmente, "é mais importante ter a liberdade" para denunciar e confrontar os corruptos.

"Eu acho que é mais importante eu ter hoje a liberdade de dizer o que digo, de forma sustentada, e eu não trabalho sozinha. Há muita gente de dentro das instituições competente, revoltada por estar manietada, que me alimenta, que me dá informação. Eu acho que é mais útil eu fazer isso. Eu não me quero ver constrangida, designadamente pelos constrangimentos institucionais que qualquer cargo político, incluindo Presidente da República, impõe", afirma.

"O meu papel hoje, beneficiando dessa rede de contactos e conhecimentos que tenho, é fazer esse trabalho de denúncia pública", sublinha Ana Gomes.

Nesta entrevista à RTP, a antiga eurodeputada defende que Portugal deve aproveitar os documentos conseguidos por Rui Pinto, o alegado pirata informático que está acusado de 90 crimes pela justiça portuguesa.

Também falou das revelações do Luanda Leaks, da constituição de Isabel dos Santos como arguida pela justiça angolana e defendeu que o antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos deve abandonar a liderança do EuroBic, banco do qual saíram milhões de euros da Sonangol para o Dubai.

Ana Gomes lamenta que, apesar dos seus alertas, "em Portugal não houve consequências dos muitos 'leaks' que existiram". No entanto, está "convencida que agora o Luanda Leaks vai ter consequências, quer queiram quer não queiram", porque Portugal está "exposto para o mundo inteiro como uma lavandaria".

Comentários
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  • Nelson Araujo
    28 jan, 2020 Matosinhos 13:32
    Apoio totalmente a sua candidatura
  • A
    24 jan, 2020 Nw 11:18
    A Candidatura presidencial, não requer absolutamente o apoio de um Partido Político, já há alguns exemplos. Eu votava em si . Faça assim: 1º apresente ao PS de forma pública questão se apoiam ou não a sua candidatura. 2º Candidate-se como independente. Acho que se iria surpreender com o apoio da maioria dos cidadãos. Mesmo com a máquina do PS Toda a trabalhar contra si, que admito que seja de recear. A ver se algo muda neste país.
  • Juíz Vermelho
    23 jan, 2020 Catedral da Luz 08:56
    Mudaria de ideias se Luís Filipe Vieira fosse o seu mandatário de campanha?

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