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“Estamos um pouco mais perto de resolver o problema” do cancro

21 jan, 2020 - 20:42 • Hugo Monteiro

Em entrevista à Renascença, a investigadora Maria José Oliveira comenta descoberta de cientistas Universidade de Cardiff.

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O mundo está mais perto de resolver a maioria dos casos de cancro. A convicção é de Maria José Oliveira, investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), depois de ser conhecido que um grupo de cientistas Universidade de Cardiff descobriu um método que pode vir a eliminar quase todos tipos de cancro.

Em entrevista à Renascença, a investigadora lembra que “nos últimos anos houve alguns prémios Nobel que foram atribuídos a trabalhos feitos para despoletar a resposta do sistema imune contra os tumores”, e que “este é mais um esforço nesse sentido”. Um esforço “que nos coloca um pouco mais próximos da resolução do problema” do cancro, sublinha.

Para Maria José Oliveira, “esta descoberta abre portas para uma nova terapia de células imunes, contra tumores”, e “pode trazer avanços consideráveis”.

A especialista explica que este tipo de imunoterapias tem sido já utilizado, com resultados muito positivos, mas, aqui, a novidade está no facto “de não passar pela aplicação de um fármaco, mas de utilizar as próprias células na luta contra o tumor”.

Este novo método “aparenta ser mais universal, porque reconhece uma molécula que aparenta estar expressa em quando todas as células tumorais”. Assim, poderemos estar perante uma resposta mais universal, que poderá ser eficaz nos principais cancros como, entre outros, os de pulmão, mama ou intestino, explica.

Contudo, esta descoberta da equipa da Universidade de Cardiff está ainda numa fase muito inicial, e um tratamento definitivo deverá demorar algum tempo.

“Os mecanismos associados a esta descoberta ainda não são muito conhecidos” e esta descoberta foi, apenas, “demonstrada em situações in vitro e em alguns modelos animais”, explica Maria José Oliveira.

Assim, “o passo daqui até à sua experimentação em ensaios clínicos, ou até mesmo em utilização em doentes, vai um largo espaço temporal e muita pesquisa que ainda deverá decorrer”, lembra a especialista e investigador o I3S.

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