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Paulo Pedroso deixa o Partido Socialista

20 jan, 2020 - 19:13 • Redação

Antigo ministro revela desencanto e anuncia que está "desvinculado da militância partidária”.

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O antigo ministro e deputado Paulo Pedroso anunciou, através das redes sociais, que deixou de ser militante do Partido Socialista (PS).

“Eu hoje sou um socialista democrático, preocupado com o futuro do sindicalismo e desvinculado da militância partidária”, escreveu Paulo Pedroso na sua conta no Facebook.

O atual administrador no Banco Mundial já deixou de ser militante há alguns meses - antes das eleições legislativas de outubro -, mas só agora anunciou a sua decisão publicamente.

Pedroso, de 54 anos, confirmou ao Expresso e à agência Lusa que deixou de ser militante do PS, mas sem avançar as razões para esta decisão.

"Saí do PS há meses, antes das eleições, mas pelos vistos só hoje deram por isso numa leitura mais atenta a um comentário meu sobre sindicalismo", disse à agência Lusa. Questionado sobre as razões que o levaram a desfiliar-se do PS, Paulo Pedroso foi lacónico, respondendo: "Aconteceu, não tem nenhuma leitura. Um dia falaremos sobre isso".

No entanto, na mensagem publicada no Facebook, o antigo ministro do Trabalho e Solidariedade Social no Governo de António Guterres diz que partilha com o líder da UGT, Carlos Silva, “o desencanto” com o modo como atual PS “trata, não a UGT, mas o sindicalismo em geral”.

Paulo Pedroso dá o exemplo do programa eleitoral do PS nas últimas eleições legislativas, que relegou o partido para "o papel de árbitro descomprometido na concertação social, equidistante de empregadores e trabalhadores, que é contra o seu património genético e mesmo a sua declaração de princípios", critica.

"É certo que logo a seguir às eleições, o Governo avançou com propostas de revalorização salarial na concertação que contrariam essa visão. Mas, se for a sério, é a manifestação de um voluntarismo governamental que prescinde dos sindicatos, uma fórmula que não costuma dar resultados duradouros, porque demasiado dependente dos ciclos políticos", lamenta.

Paulo Pedroso fala num desvio pró-negócios no Partido Socialista, dando o exemplo das alterações à legislação laboral e a ausência de sindicalistas na lista de deputados.

"A escolha das listas de deputados, que relegou os sindicalistas socialistas para fora do Parlamento foi o corolário lógico de um desvio pro-business que é visível na posição do governo face à legislação laboral e no desequilíbrio dado na atenção a empresas e a trabalhadores", escreveu o antigo ministro.

Na semana passada, Paulo Pedroso criticou, em declarações à Renascença, o negócio imobiliário entre a Segurança Social e a Câmara de Lisboa.

O antigo ministro socialista defende que "não é atribuição da Segurança Social financiar a politica de habitação", assumindo uma posição crítica face ao processo de venda de património da Segurança Social à Câmara de Lisboa para habitação social.

[notícia atualizada às 23h22]

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