Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Microsoft compromete-se a alcançar pegada de carbono negativa até 2030

17 jan, 2020 - 17:25 • Redação

Várias empresas norte-americanas têm avançando com medidas de combate às alterações climáticas, sobretudo desde a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, mas metas da empresa fundada por Bill Gates são inéditas.

A+ / A-

A multinacional tecnológica Microsoft anunciou, esta quinta-feira, nos Estados Unidos, um pacote de medidas para reduzir drasticamente a pegada de carbono da empresa.

Satya Nadella, diretor executivo, explicou que um dos objetivos é tornar negativo o total de emissões produzidas até 2030, o que significa que a empresa se compromete a eliminar da atmosfera mais carbono do que aquele que produz.

O presidente da Microsoft, Brad Smith, justificou esta “ambiciosa” meta como uma maneira de compensar todos aqueles que ainda não estão a tomar medidas para reduzir as emissões poluentes. “Embora o necessário para o mundo seja a neutralidade carbónica, aqueles que se podem dar ao luxo de se moverem mais rápido e ir além, devem fazê-lo”, afirmou, durante a conferência de apresentação.

Apesar de várias empresas norte-americanas já terem anunciado medidas para combater as alterações climáticas - sobretudo desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu retirar-se do Acordo de Paris – nenhuma tinha ainda colocado a fasquia na pegada negativa.

A empresa fundada por Bill Gates, em 1975, pretende ainda retirar do meio ambiente, até 2050, todo o carbono já produzido, de forma direta e indireta, pela empresa, desde o primeiro dia de funcionamento, há 45 anos.

As medidas que permitirão cumprir estes objetivos foram anunciadas em Washington e implicam a adoção de tecnologias de emissão negativa, como por exemplo, a plantação de novas florestas e o investimento na expansão das que já existem, o sequestro de carbono no solo, a captura direta de gases poluentes através de ventoinhas que os filtram e ainda o incentivo à bioenergia com captura de carbono.

Estes esforços ambientais implicarão gastos que serão assegurados pela taxa de carbono que a empresa tem vindo a cobrar, internamente, de acordo com as emissões de cada setor.

Até agora, para a definição da percentagem a cobrar eram contabilizadas o uso de eletricidade, os voos efetuados, as emissões diretas e outras atividades, mas a empresa pretende agora alargar ainda os indicadores.

As receitas obtidas por esta taxa serão investidas no cumprimento destas medidas, sobretudo na investigação de “tecnologia que ainda não existe atualmente”.

Nadella realçou que, "se as últimas décadas nos têm ensinado alguma coisa, é que a tecnologia, sem princípios, provoca mais mal que bem".

O plano da empresa inclui, também, a criação de um fundo de inovação climática, que investirá mil milhões de dólares (cerca de 900 milhões de euros), nos próximos quatro anos, para acelerar o desenvolvimento da tecnologia de remoção de carbono.

Este anúncio tem sido aplaudido por vários ambientalistas, que consideram muito positivo que a Microsoft esteja a pensar no combate às alterações climáticas de uma forma global e não apenas no papel mínimo que pode desempenhar.

Contudo, a organização ambiental Greenpeace, citada pela imprensa internacional, alerta que a empresa tem ainda de rever as atuais relações com empresas de gás e petróleo, que mantêm condutas altamente prejudiciais para o ambiente.

Em 2017, a Microsoft foi duramente criticada, por ter assinado um contrato de prestação de serviços com uma grande empresa energética norte-americana, a Chevron Corp.

O Facebook, a Google, a Apple e também a Amazon já tinham apresentado medidas para promover a sustentabilidade ambiental, mas tinham estabelecido como objetivo apenas a neutralidade carbónica.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+