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Papa nomeia advogada leiga subsecretária para as Relações com os Estados

15 jan, 2020 - 11:35 • Filipe d'Avillez

Francesca di Giovanni já trabalhava na Secretaria do Estado da Santa Sé, equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, é especializada em questões sobre migração, direito humanitário e o estatuto das mulheres.

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O Papa Francisco nomeou esta quarta-feira uma advogada leiga para o cargo de subsecretária para as Relações com os Estados, na Secretaria de Estado do Vaticano.

A Secretaria de Estado do Vaticano é equivalente ao ministério dos Negócios Estrangeiros pelo que o cargo agora ocupado por Francesca di Giovanni seria equivalente a secretário de Estado num Governo como o português. Com esta nomeação passam a existir dois subsecretários, sendo o outro ocupado por um sacerdote.

Trata-se, ainda, da primeira vez que uma mulher desempenha um cargo de gestão na Secretaria de Estado.

Nesta posição, a advogada que trabalha há quase três décadas no Vaticano terá altas responsabilidades diplomáticas no campo das organizações intergovernamentais e dos tratados multilaterais.

Nascida em Palermo, na Sicília, e formada em Direito, Francesca di Giovanni tem larga experiência em áreas como as migrações, direito internacional humanitário, comunicações, direito internacional privado, o estatuto das mulheres, propriedade intelectual e turismo. Sendo leiga, está ligada ao movimento católico Focolares.

Numa entrevista ao site “Vatican News” a subsecretária de Estado confessou-se surpreendida pela nomeação. “Há anos que estávamos a pensar que era preciso uma subsecretaria para o setor multilateral. É um setor delicado e exigente, que precisa de atenção especial, pois tem os seus próprios processos, que são de certa forma diferentes do campo bilateral. Mas nunca pensei que o Santo Padre me confiasse este papel”, afirma.

Ao mesmo site a subsecretária explica que o seu novo cargo incluirá a supervisão de áreas como “o desenvolvimento, o ambiente, a proteção das vítimas de conflitos e o estatuto das mulheres”.

Desde que foi eleito que o Papa Francisco tem-se comprometido a tentar dar mais destaque e visibilidade às mulheres numa cúria romana que continua a ser dominado por clérigos.

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