15 jan, 2020 - 18:50 • Lusa
O período entre 2010 e 2019 foi a década mais quente já registada, anunciaram esta quarta-feira as Nações Unidas, que consideram que se confirma assim o crescente aquecimento global, marcado pelo aumento de fenómenos meteorológicos extremos.
O ano de 2016 foi o mais quente e 2019 veio a seguir, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
"Infelizmente, aguardam-nos muitos fenómenos meteorológicos extremos em 2020 e nas próximas décadas, motivados pelos níveis recorde de concentração de gases com efeito de estufa que retêm o calor na atmosfera", afirmou o secretário-geral daquela agência da Organização das Nações Unidas (ONU), Petteri Taalas, em comunicado.
O responsável referiu que o ano começou com "fenómenos meteorológicos e climáticos de forte impacto", como na Austrália, que "teve em 2019 o seu ano mais quente e mais seco" de sempre, acrescentou.
"A quantidade de calor que colocámos nos oceanos d(...)
Esse clima "preparou o terreno para os incêndios imensos que foram tão devastadores", matando 28 pessoas, destruindo mais de 2.000 casas e 100.000 quilómetros quadrados, uma área maior do que o território da Coreia do Sul.
Desde a década de 1980, cada década foi mais quente que a anterior, segundo a OMM, que salientou que a temperatura mundial anual em 2019 ultrapassou em 1,1 graus a média das temperaturas globais da época pré-industrial (1850-1900).
A notícia de que a última década foi a mais quente de sempre é conhecida na semana em que se soube que os oceanos do planeta registaram em 2019 novos recordes de aquecimento e foram mais quentes do que em qualquer outro momento da história da Humanidade.
Publicado na revista científica “Advances in Atmospheric Sciences”, o estudo indica que a água dos oceanos esteve mais quente especialmente entre a superfície e uma profundidade de 2.000 metros.