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China. Estudante universitária em situação de pobreza extrema morre com 21 quilogramas

15 jan, 2020 - 12:19 • Redação com agências

Wu Huayan morreu aos 24 anos, depois de viver vários anos com cerca de um euro por dia. O caso está a atrair a atenção mundial para o drama da pobreza nas zonas rurais chinesas.

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Uma jovem universitária, em situação de pobreza extrema, morreu, esta segunda-feira, no sudoeste da China, gravemente malnutrida.

O trágico acontecimento está a atrair a atenção para a pobreza extrema existente em algumas zonas deste país que, atualmente, é a segunda maior potência económica.

Wu Huayan frequentava o terceiro ano de uma faculdade na província de Ghizou, mas tinha apenas 1,35 metros e 21,6 quilos, de acordo com um comunicado emitido pelo executivo municipal da cidade de Tongren, onde vivia, em outubro do ano passado.

Durante este mês a trágica história da jovem tornou-se muito mediática, depois de ser noticiada na comunicação social chinesa.

Wu era órfã e vivia apenas com um irmão mais novo, que sofre de uma doença mental. A vontade de assegurar cuidados de saúde, com o pouco dinheiro que tinha, terá sido uma das razões para que esta jovem abdicasse de vários bens essenciais.

Esta família sobrevivia de uma pensão mensal, dada pelo governo chinês, de 300 yuan – cerca de 39 euros. O limiar da pobreza na China está fixado nos 191 yuan (25 euros) por mês e por pessoa.

A jovem foi internada no hospital, em que acabou por morrer, devido a um inchaço nas pernas que revelou uma grande debilidade numa válvula do coração. Os médicos indicaram que a cirurgia para reverter a situação custaria mais de 200.000 yuan (26.000 euros), que rapidamente foram angariados através de uma campanha online.

Apesar de todas estas doações, que foram três vezes superiores ao valor necessário, a saúde de Wu fragilizou-se bastante, tendo acabado por morrer esta segunda-feira.

China tem plano estratégico para se tornar numa “sociedade moderadamente próspera”

Em 2015, o presidente Xi Jinping anunciou um plano para erradicar a pobreza e construir uma sociedade composta de trabalhadores de classe média, a intitulada “sociedade moderamente próspera” até ao fim de 2020.

Apesar do investimento realizado, ao nomear 775 mil membros do partido para coordenar campanhas anti pobreza, a desigualdade entre as grandes cidades, como Pequim e Xangai, e as zonas rurais está cada vez maior.

Segundo os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a China era, em 1990, um país “moderadamente desigual” e, atualmente, tornou-se num dos mais desiguais a nível mundial.

No final de 2018, mais de 16 milhões de pessoas viviam abaixo do limiar da pobreza, de acordo com o departamento estatístico da China.

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