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Portugal fora da caixa

Portugal vai receber centro europeu de robôs de águas profundas

14 jan, 2020 - 17:17 • Sandra Afonso

O projeto deverá envolver “30 trabalhadores altamente qualificados, no mínimo”, durante os três anos em que vai decorrer.

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Portugal vai receber o primeiro centro europeu para testar robôs em águas profundas.

O projeto europeu "Atlantis", que vai ser instalado na costa de Viana do Castelo, vai permitir testar robôs em condições climatéricas extremas para inspeção, manutenção e reparação de infraestruturas eólicas 'offshore'.

A previsão atual aponta para que, na próxima década, a capacidade instalada de energia eólica 'offshore' na Europa triplique, dada a pressão para a diminuição da dependência dos combustíveis fósseis e para a descarbonização da sociedade. Neste momento, a tendência são novas concessões e o crescimento dos parques eólicos.

Com este investimento de 8,5 milhões de euros (as instituições de investigação contam com cofinanciamento a 100%, as empresas a 70%), será possível reduzir os riscos e custos de operação e manutenção nos parques eólicos 'offshore'.

Indiretamente, este projeto vai ainda permitir reduzir a fatura da eletricidade para os consumidores, garante à Renascença Andry Pinto, o coordenador. Vai também permitir às pequenas e médias empresas (PME) testarem os seus produtos “num cenário real e colocarem-se na ‘pole position’ da cadeia de valor”.

Além disso, é esperado um significativo retorno para a investigação científica portuguesa, que ganha aqui um importante palco para mostrar o que de melhor se faz ao nível da robótica.

À frente deste centro está o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), que tem a EDP (NEW – Centre For New Energy Technologies) como principal parceira. O consórcio conta ainda com a participação de mais cinco países: Finlândia, França, Bélgica, Espanha e Itália.

Segundo Andry Pinto, o projeto deverá envolver, "no mínimo, 30 trabalhadores altamente qualificados” durante os três anos em que vai decorrer, mas ainda não há dados finais.

Portugal foi escolhido pela grande ligação ao Oceano Atlântico, pelo trabalho avançado da EDP na plataforma flutuante, o WindFloat Atlantic, com a maior turbina do mundo assente numa plataforma flutuante e pelo trabalho científico e académico já em curso no país nesta área.

O projeto europeu "Atlantis" – The Atlantic Testing Platform for Maritime Robotics é o cruzamento entre a indústria da energia e a robótica marinha. Vai testar robôs autónomos (subaquáticos, de superfície e aéreos) em diferentes cenários industriais, como a inspeção de cabos de amarração, monitorização de estruturas subaquáticas ou a limpeza de turbinas.

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