10 jan, 2020
No campeonato das palavras, não há apenas um campeão em Portugal.
De um modo geral, todos usam e abusam da argumentação verbal para defender aquilo que consideram ser os seus interesses, sejam desportivos ou de outra odem.
O que aconteceu nestes dias à volta do possível adiamento do jogo entre o Vitória de Setúbal e o Sporting Clube de Portugal aprazado para manhã à noite é disso o exemplo mais recente.
De um lado, o dos vitorianos, razões ponderáveis e susceptíveis de provocarem a alteração da data de um desafio que os regulamentos não contemplam.
Do outro, o dos leões da capital, argumentos aceitáveis e baseados num calendário exigente que os sportinguistas têm pela frente, e que obriga a sua equipa principal a estar presente nas diversas competições à vista no horizonte próximo.
Os regulamentos vêm, entretanto, ajudar ao desempate.
E esse funciona a favor do clube da capital. Ou seja, sem a concordância dos lisboetas, o Vitória de Setúbal perde toda sustentação da sua tese, e em função da qual o jogo marcado para amanhã à noite pretendia que o estado clínico de muitos seus jogadores fosse tido em conta.
Pelo meio surgiram já argumentações diversas, a última das quais aponta no sentido de a direcção leonina ter colocado o seu departamento médico à disposição dos setubalenses para ajudar a debelar a crise gripal, oferta entretanto rejeitada pelos seus pares de Setúbal.
Um caso? Talvez, mas pouco.
O rigor dos regulamentos tira a Liga de Clubes desta discussão e, assim sendo, só há que esperar pelo início do jogo no estádio do Bonfim, na cidade do Sado.