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​OE 2020. Costa e Jerónimo entre acusações em tom suave e apelos ao entendimento

09 jan, 2020 - 17:50 • Lusa

"Pode chamar-lhe um pífaro, mas que há imposições e há submissão é uma realidade incontornável", disse o líder comunista sobre a proposta de Orçamento.

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O debate orçamental desta quinta-feira, no Parlamento, arrancou com acusações do líder do PCP ao Governo pelas "imposições" da Europa no Orçamento e acabou com o primeiro-ministro a citar Jerónimo de Sousa a dizer que "enquanto há caminho" é preciso "continuar a andar".

Na abertura do debate parlamentar sobre o Orçamento do Estado de 2020 (OE2020), o líder e deputado comunista insistiu nas críticas às insuficiências do documento, diferente dos anteriores quatro, aprovados com o apoio da esquerda, ou o elogio ao "excedente orçamental", e acusou o Governo socialista de ceder a "imposições e submissões" da União Europeia.

"Pode chamar-lhe um pífaro, mas que há imposições e há submissão é uma realidade incontornável", afirmou Jerónimo, criticando o discurso de elogio ao excedente do Governo, num debate que nunca ficou crispado.

Quando ouve falar do excedente, o líder do PCP confessou lembrar-se "das listas de espera no SNS ou da falta de equipamentos e dos milhões de recursos desviados para o negócio da saúde privada".

"Milhões" que também vê na proposta de Orçamento do Estado "para os bancos", mas não vê para reforço do investimento público ou para o reforço na contratação de "milhares de trabalhadores" para os serviços públicos que estão "em rutura", em especial na área da saúde.

Já quanto ao excedente, o primeiro-ministro garantiu a Jerónimo de Sousa que "não é o objetivo" do seu Governo e incluiu o PCP como um dos que conseguiram "impor uma derrota histórica à direita".

"Conseguimos provar que era possível ter finanças públicas sãs sem cortar salários e fazer aumentos brutais de impostos. E essa é a derrota histórica da direita em Portugal" em que o PCP "teve um papel importante", disse António Costa.

E foi já na parte final do frente-a-frente que o primeiro-ministro disse que ia citar o próprio Jerónimo de Sousa, num apelo ao entendimento, repetindo: "Enquanto houver caminho para andar, só temos um dever, que é continuar a andar."

Apesar das críticas, o PCP já anunciou que vai abster-se na sexta-feira, no debate na generalidade da proposta do Governo.

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