O homem que durante cinco anos perseguiu a locutora da RFM (rádio do grupo Renascença Multimédia) Joana Cruz foi esta quinta-feira condenado a cinco anos de prisão efetiva – a pena máxima permitida àquele tribunal.

Segundo a juíza Joana Ferrer, do Juízo Criminal Local de Lisboa, ficou provado em tribunal que Jorge Lopes, um técnico comercial, desempregado, de 43 anos, praticou os vários crimes de que era acusado, nomeadamente ameaça agravada, perseguição, injúria e difamação.

Ainda segundo o tribunal, que há oito meses julga este caso de “stalking”, a conduta do homem “foi-se exacerbando ao longo dos anos”, criando nas vítimas (Jorge Lopes perseguia a locutora, mas igualmente o companheiro desta, Alberto Silva, e a filha menor do mesmo) “um estado de perturbação e desassossego”, razão pela qual a hipótese de suspender a pena foi descartada.

De acordo com a juíza, Jorge Lopes apresentou uma conduta desajustada da realidade e total ausência de empatia – a personalidade do condenado é mesmo descrita na sentença como “desconforme” –, pois nunca teve “qualquer conhecimento pessoal” com Joana Cruz – mas, mesmo assim, não apresentava “travão de nenhuma natureza” ao persegui-la.

Na sentença final a juíza Joana Ferrer teve igualmente em consideração o desrespeito de Jorge Lopes pelas medidas de coação que lhe foram impostas pelo tribunal no passado, visto que os episódios de “stalking” se prolongaram ao longo de vários anos e o comportamento do homem (que tinha já antecedentes criminais pela prática de ameaça agravada) se foram agravando quanto à violência verbal e visual.

Ficou provado que Jorge Lopes, agora condenado a cinco anos de prisão, enviou centenas de e-mails, fotografias, SMS’s com obscenidades e ameaças, tanto físicas como sexuais. A advogada de defesa já confirmou que não irá recorrer do Juízo Criminal Local de Lisboa.

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