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O Mundo em Três Dimensões - Luzes de Natal - 06/01/2020

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As luzes de Natal estão condenadas a entrelaçar-se

06 jan, 2020 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)


Aqueles fios de luz que arrumamos com todo o cuidado quando retiramos as decorações (e hoje é o dia para desmontar tudo). Mas depois, passados 11 meses, estão outra vez todos emaranhados. E a culpa não é de quem arruma... É mesmo do material.

Chegou a altura de nos despedirmos das nossas árvores de Natal, dos nossos presépios, das luzinhas que preencheram estes últimos dias de festa. Há um elemento imprescindível nestas decorações que, todos os anos, arrumamos e que, todos os anos, nos dão muito que fazer de cada vez que voltamos a montar a árvore na sala ou no escritório.

Um elemento que, por mais bem arrumado e acondicionado que esteja, aparece sempre enrolado, a série de luzinhas de natal.

Não adianta culpar o desastrado do seu marido ou da sua mulher, ou do seu colega que arrumou aquele molhinho de fios às três pancadas, que depois fica mais entrelaçado do que um prato de esparguete à bolonhesa.

As luzes de Natal estão condenadas a entrelaçar-se, mesmo. Está a ver aquela caixinha onde normalmente guarda a série de Natal? Pronto, agora que está prestes a arrumar tudo bem direitinho e organizadinho, acredite, se dali a 10 minutos não estiver tudo entrelaçado outra vez, é daquelas pessoas com uma sorte que nem imagina.

Talvez por isso as séries de Natal são, provavelmente, o negócio mais lucrativo da quadra. Há até uma loja no Reino Unido que decidiu uma equipa temporária de desentrelaçadores de séries de Natal.

Haverá solução para isso? Cientistas da Universidade de San Diego, na Califórnia, encontraram a resposta. Dorian Raymer e Douglas Smith estudaram a relação entre o comprimento dos fios e o tempo de agitação do local em que eles são armazenados.

Guardaram séries de Natal e fios de auscultadores em caixas e rodaram-nas como se fossem cubos em cima de uma mesa.

Agora, já pensou como é que arruma as suas séries de Natal? Tira do pinheiro, enrola na caixinha, mete tudo dentro do armário. Ou, então, se tiver que ir aos arrumos da garagem, mete tudo no elevador e atira tudo para cima da segunda prateleira a contar do teto (na minha casa é assim que funciona).

Pois bem, esta experiência permitiu aos cientistas norte-americanos descobrir mais de 120 nós formados espontaneamente em poucos minutos.

E, sem surpresa, perceberam que os fios mais longos são os que apresentam uma maior tendência para o emaranhado. E se é assim em poucos minutos, agora ponha um ano em cima de tudo isto.

O mais provável é que no próximo mês de dezembro volte a desesperar para desfazer os nós e ter a sua série imaculada e, de preferência, com todas as luzinhas a funcionar.

Mas há esperança. Os fabricantes de luzinhas de Natal admitem adotar materiais que, sendo suficientemente resistentes, também possam ser suficientemente elásticos. É como puxar cabelinhos encaracolados, você puxa, larga e eles voltam ao formato inicial.

É mais ou menos essa a ideia para as séries de Natal e para os seus auscultadores.

Daqui por 11 meses, lá terá que ter paciência, outra vez para desenroscar, desentrelaçar, puxar, desesperar, vociferar contra o desastrado ou a desastrada que arrumou aquela série de Natal.

Mas a culpa não é de quem arrumou. A culpa é do material que, normalmente, costuma sempre ter razão.

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