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Cushman & Wakefield

Aliados vão tornar-se na "Avenida da Liberdade do Porto"? Consultora imobiliária diz que sim

02 jan, 2020 - 22:08 • Lusa

Avenida portuense está a captar o interesse de cada vez mais marcas de luxo.

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A consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W) considera que a Avenida dos Aliados, no Porto, vai tornar-se uma nova Avenida da Liberdade tendo em conta as lojas de luxo que têm interesse em localizar-se naquela localização.

Em apresentação esta quinta-feira aos jornalistas, o diretor-geral da C&W Portugal, Eric van Leuven, e a diretora de "research" da consultora imobiliária, Andreia Almeida, consideraram que “a Avenida dos Aliados vai tornar-se a Avenida da Liberdade do Porto”. Segundo os responsáveis, aquela importante avenida do Porto está a captar o interesse das marcas de luxo, havendo já lojas da Tod’s, Burberry e Boutique dos Relógios Plus (no edifício Aliados 107, onde era a sede do antigo jornal “O Comércio do Porto”) e mais negócios estão a ser feitos pelo que mais marcas de luxo deverão abrir lojas naquela via central, acompanhando o dinamismo do mercado turístico e imobiliário.

A Cushman & Wakefield apresentou hoje o balanço e as perspetivas do mercado imobiliário em Portugal, no qual estimou que o investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu 3.000 milhões de euros em 2019, semelhante ao valor recorde de 2018. Em 2020, prevê, o investimento da compra de imobiliário comercial também deverá alcançar um valor semelhante.

Quanto a 2019, o setor dos escritórios liderou o investimento, ao atrair 36% do total, seguido do investimento em retalho com 35% do volume total (com o segmento de centros comerciais a ser o principal) e do setor hoteleiro com 19% do capital investido.

Quanto ao arrendamento, segundo as estimativas da C&W, na Grande Lisboa houve uma "elevada atividade em 2019", com o arrendamento de 190.000 m² de escritórios. Entre os maiores negócios de ocupação destaca-se a sede da seguradora Ageas no Parque das Nações e a ocupação do edifício FPM 41 pela consultora KPMJ e sociedade de advogados PLMJ.

Também em Lisboa foi atingido o mínimo histórico da taxa de desocupação, abaixo dos 4%. Já no Porto, refere, “o setor de escritórios atravessa também um bom momento, embora ainda abaixo das expectativas”, sendo que entre janeiro e setembro a procura foi de apenas 26.000 m², para o que contribui “a escassez de oferta de espaços de qualidade”.

Contudo, considera a Cushman & Wakefield, há uma “elevada procura latente no mercado” do Porto, que prevê venha a ser colmatada de futuro, já que apenas “até 2022 está prevista a conclusão de nove projetos com uma área total de 110.000 m2”.

Este ano deverão ser concluídos dois edifícios que já estão totalmente pré-arrendados, o Urbo Business Center pelo BNP Paribas e o Boavista Office Center pela Farfetch.

Ainda em 2019, foram comercializadas 810 lojas em Portugal, destacando-se o comércio de rua, ao representar 64% das operações, sobretudo em Lisboa e Porto (a Cushman & Wakefield esteve envolvida no arrendamento da Happy Socks na Rua Garrett, em Lisboa, e nas transações de quatro unidades na Avenida dos Aliados, no Porto).

Segundo a informação hoje divulgada pela C&W, nos centros comerciais a tendência atual é de expansão e remodelação, havendo projetos em curso no Norte Shopping (Matosinhos), Glicínias Plaza (Aveiro), Centro Comercial Colombo (Lisboa) e Oeiras Park (Oeiras).

Já o mercado industrial registou “alguma contração ao longo de 2019”, tendo entre janeiro e setembro sido transacionados 96.600 metros quadrados (m2), 10% abaixo do volume registado em igual período de 2018.

Segundo o diretor-geral, Eric van Leuven, esta contração contraria a tendência de outros países europeus, perante crescimento do comércio ‘online’, e resulta provavelmente da falta de oferta de instalações modernas de qualidade, sobretudo na região de Lisboa. Ainda segundo o responsável, depois de nos últimos anos o mercado imobiliário ter estado focado na reabilitação urbana, agora o foco “está muito na compra de terrenos para construção”.

Eric van Leuven destacou ainda o investimento em imobiliário por parte de seguradoras em Portugal, como o da Ageas, Liberty ou Zurich, o que considerou “muito positivo” uma vez que estas empresas são conservadoras nos investimentos.

Quanto aos valores do mercado, os escritórios da Grande Lisboa registaram uma subida de 10% no valor 'prime' da zona Avenida da Liberdade/Saldanha para 23 euros/m2 por mês. Na cidade do Porto o valor 'prime' de referência na Avenida da Boavista manteve-se em 18 euros/m2 por mês.

No retalho, a evolução dos valores de arrendamento abrandou, continuando o Chiado a zona mais valorizada de Lisboa, com renda de mercado de 130 euros/m2 por mês. Na Rua Augusta está em 117,5 euros/m2 por mês, mais 12% do que em 2018.

No Porto, as rendas na Rua de Santa Catarina mantiveram-se em 75 euros/m2 por mês.

Já nos centros comerciais e os "retail parks" o crescimento foi de 5% nos valores 'prime' de referência, para 105 euros/m2/ por mês e 10,5 euros/m2 por mês.

No setor industrial, a falta de áreas de qualidade incentivou, segundo a C&W, uma nova subida dos valores de renda "prime" para 4,0 euros/m2 por mês na Grande Lisboa e 3,85 euros/m2 por mês no Grande Porto (mais 7% e 3%, respetivamente).

Por fim, as taxas de rentabilidade estabilizaram em 2019, com 'yields prime' de 4,00% para escritórios, 4,75% para centros comerciais, 4,00% para comércio de rua. Já no segmento industrial desceram para 6% para industrial.

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