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Papa lembra mulheres vítimas de violência. “É uma profanação de Deus"

01 jan, 2020 - 09:59 • Inês Rocha , Aura Miguel

“Toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus, nascido de uma mulher", afirmou o Papa. "Pelo modo como tratamos o corpo da mulher, vê-se o nosso nível de humanidade”, disse Francisco na primeira eucaristia do ano 2020.

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“Toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus”, diz Papa Francisco
“Toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus”, diz Papa Francisco

O Papa Francisco lembrou, na primeira missa do ano no Vaticano, todas as mulheres vítimas de violência.

No dia em que se celebra a Missa da solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, o Papa afirmou que “renascimento da humanidade começou pela mulher”. E que apesar de as mulheres serem “fonte de vida”, “são continuamente ofendidas, espancadas, violentadas, induzidas a prostituir-se e a suprimir a vida que trazem no seio”.

Francisco centrou a sua intervenção na passagem da Bíblia que apresenta Jesus “nascido de uma mulher”. “Toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus, nascido de uma mulher. A salvação chegou à humanidade, a partir do corpo de uma mulher: pelo modo como tratamos o corpo da mulher, vê-se o nosso nível de humanidade”, disse.

O Papa criticou a exploração do corpo feminino na publicidade e na pornografia e também a desvalorização da maternidade pela sociedade. “Quantas vezes o corpo da mulher acaba sacrificado nos altares profanos da publicidade, do lucro, da pornografia, explorado como se usa uma superfície qualquer. Há que libertá-lo do consumismo, deve ser respeitado e honrado; é a carne mais nobre do mundo: concebeu e deu à luz o Amor que nos salvou! Ainda hoje a maternidade é humilhada, porque o único crescimento que interessa é o económico”, afirmou o Santo Padre.

Francisco evocou ainda as mães migrantes, na busca de um futuro para os seus filhos. “Há mães que, na busca desesperada de dar um futuro melhor ao fruto do seu seio, se arriscam a viagens impraticáveis e acabam julgadas como número excedente por pessoas que têm a barriga cheia, mas de coisas, e o coração vazio de amor.”

A Igreja Católica comemora esta quarta-feira o 53.º Dia Mundial da Paz, instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978). Papa o Papa Francisco, a mulher é “doadora e medianeira de paz” e deve ser “plenamente associada aos seus processos decisores”.

“Se queremos um mundo melhor, que seja casa de paz e não palco de guerra, tenhamos a peito a dignidade de cada mulher. Da mulher, nasceu o Príncipe da paz”, afirmou o Santo Padre.

Francisco desejou que as mulheres tenham maior presença em cargos de decisão, para a construção de um mundo “mais unido e mais em paz”. "Uma conquista a favor da mulher é uma conquista em prol da humanidade inteira”.

Neste início de 2020, o Papa convidou os fiéis a perguntarem-se: “Sei olhar as pessoas com o coração? Tenho a peito as pessoas com quem vivo? E sobretudo tenho no centro do coração o Senhor?”,

Francisco convidou os católicos a “viver o ano com o desejo de ter a peito os outros, cuidar dos outros”.

O Papa lembrou ainda Maria, “centro e unidade” da Igreja. “Ao contrário o diabo, inimigo da natureza humana, que procura dividi-la, colocando em primeiro plano as diferenças, as ideologias, os pensamentos unilaterais e os partidos. Mas não compreenderemos a Igreja, se olharmos para ela a partir das estruturas, programas e tendências: entenderemos qualquer coisa dela, mas não o coração. Porque a Igreja tem um coração de mãe”, afirmou.

Papa pede desculpa por "perder a paciência" com peregrina

Papa pede desculpa por ter batido na mão de mulher que o agarrava
Papa pede desculpa por ter batido na mão de mulher que o agarrava

Antes da oração do Angelus, o Papa Francisco pediu desculpa por ter "perdido a paciência", esta terça-feira, com uma peregrina que o agarrou, na Praça de São Pedro. “Tantas vezes perdemos a paciência. Também eu!”, admitiu, pedindo que todos saibam viver “a paciência do amor”.

Na tradicional visita ao presépio na Praça de São Pedro, no dia 31 de dezembro, Francisco mostrou-se irritado quando uma das presentes o puxou, com força. Para se libertar, chegou mesmo a bater-lhe na mão.

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