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Confontos obrigam a cancelar marcha de Ano Novo em Hong Kong

01 jan, 2020 - 12:29 • Lusa

A ex-colónia britânica enfrenta a sua mais grave crise depois da transferência de soberania para a China, em 1997.

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A marcha de Ano Novo em Hong Kong, na qual participavam esta quarta-feira dezenas de milhares de pessoas, terminou antes do previsto, depois de a organização ter sido obrigada a cancelá-la a pedido da polícia. De acordo com a agência noticiosa Efe, apesar de autorizada, a manifestação foi cancelada a pedido da polícia depois de alguns manifestantes terem vandalizado uma sucursal do banco HSBC, levando a polícia a responder com o lançamento de gás pimenta.

Durante a marcha, organizada pela Frente Civil dos Direitos Humanos, grupo que já conseguiu mobilizar mais de um milhão de pessoas, os manifestantes voltaram a recordar ao Governo, através de cartazes, as reivindicações do movimento pró-democracia.

Segundo reportou a agência noticiosa France Presse, muitos dos participantes ostentavam cartazes com as principais reivindicações do movimento, nomeadamente, a realização de um inquérito independente sobre o comportamento da polícia, a libertação de presos e um verdadeiro sufrágio universal. “É triste que as nossas reivindicações de 2019 tenham que ser adiadas para 2020, lamentou Jimmi Sham, da Frente Civil dos Direitos Humanos, sublinhando que o movimento não vai tolerar mais repressão e que vai preparar-se “ativamente para a luta”.

Depois do início do movimento, em junho, cerca de 6.500 pessoas foram presas, das quais aproximadamente um terço têm menos de 20 anos, de acordo com dados divulgados pela France Presse.

“O estado de direito, os direitos humanos e a liberdade de Hong Kong tem vindo a degradar-se progressivamente", disse um manifestante com o rosto tapado por uma máscara, num discurso dirigido aos manifestantes que se concentravam para a marcha. “Os habitantes de Hong Kong foram empurrados para uma situação desesperante. É por isso que hoje devemos sair”, acrescentou.

A ex-colónia britânica enfrenta a sua mais grave crise depois da transferência de soberania para a China, em 1997. A contestação para obter reformas democráticas é marcada por marchas pacíficas que juntam milhares de pessoas, mas também por violentos confrontos entre a polícia e os manifestantes.

Na noite de terça-feira, milhares de pessoas concentraram-se na cidade para participar nas comemorações da passagem de ano, nomeadamente, ao longo da frente de mar do porto de Hong Kong e no bairro de Lan Kwai, conhecido pela sua vida noturna.

Segundo a France Presse, a noite ficou marcada pela detenção de algumas pessoas por parte da polícia, que lançou também gás lacrimogéneo pela primeira vez em 2020.

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