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Iraque

"Morte à América". Centenas de manifestantes cercam embaixada em Bagdad

31 dez, 2019 - 11:17 • Redação com Lusa

Os manifestantes queimam bandeiras, derrubaram câmaras de vigilância e gritam que "a América é o grande Satanás". Militares iraquianos estão a tentar dispersar a multidão com gás lacrimogéneo.

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"Morte à América". Centenas de manifestantes cercam embaixada em Bagdad

A embaixada norte-americana na capital do Iraque foi, na manhã desta terça-feira, invadida e várias centenas de manifestantes encontram-se nas imediações a mostrar o seu descontentamento em relação aos mais recentes ataques mortais americanos contra um grupo armado iraquiano pró-iraniano.

Os manifestantes queimam bandeiras, derrubaram câmaras de vigilância e gritam "morte à América". Foi incendiado um posto de vigia e as forças de proteção da embaixada começaram já a barricar os acessos e a assumir posições defensivas. Há relatos de que os funcionários diplomáticos já foram evacuados do edifício, mas não foram ainda confrmados junto de fontes americanas.

Uma força de militares iraquianos está a tentar dispersar a multidão com gás lacrimogéneo e o primeiro-ministro garante que quaisquer ataques a embaixadas ou representações consulares serão punidas.

Segundo a agência de notícias AFP, os manifestantes são homens fardados, combatentes do Hachd al-Chaabi, uma aliança de paramilitares dominados por fações xiitas pró-iranianas às quais pertencem as brigadas do Hezbollah, a fação alvo dos ataques, mas também mulheres agitando bandeiras iraquianas e do Hachd.

Carregando cartazes a defender que "o parlamento deve libertar as tropas americanas, caso contrário, vamos libertá-las" e "fechar a embaixada americana em Bagdad", os manifestantes gritaram "a América é o grande Satanás".

Segundo a Reuters há alguns feridos a registar entre os manifestantes, atingidos por granadas de gás lacrimogéneo.

Ataques de retaliação motivam descontentamento

O sentimento antiamericano foi reacendido por ataques em retaliação pela morte de um empreiteiro americano num ataque de foguete contra uma base iraquiana, não reclamado, mas atribuído por Washington à fação xiita das brigadas do Hezbollah.

Hachd al-Chaabi, que ajudou o governo iraquiano na luta anti jihadista, foi integrado às forças regulares.

Pelo menos 25 combatentes morreram nos ataques de retaliação dos Estados Unidos na fronteira entre o Iraque e a Síria, anunciou na segunda-feira uma milícia apoiada pelo Irão, que prometeu vingança pela "agressão dos corvos americanos do mal". Um anterior balanço apontava para 19 combatentes mortos no domingo nos ataques aéreos dos Estados Unidos a bases de uma fação armada pró-iraquiana no oeste do Iraque.

Os ataques perto de Alcaim, uma cidade iraquiana na fronteira com a Síria, onde as Brigadas do Hezbollah no Iraque e na Síria combatem ao lado do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, provocaram "25 mortos e 51 feridos - combatentes e comandantes - e o balanço ainda pode aumentar", indicou a Hachd al-Shaabi, organização de milícias paramilitares formada para combater o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

As brigadas, também conhecidas como Kataeb Hezbollah, são uma força independente do grupo libanês com o mesmo nome e operam sob um conjunto de milícias, muitas apoiadas pelo Irão, conhecidas coletivamente como Forças Populares de Mobilização.

Os Estados Unidos culparam aquela milícia de ter disparado foguetes na sexta-feira que mataram um empreiteiro do Departamento da Defesa norte-americano num complexo militar perto de Kirkuk, no norte do Iraque.

[Notícia atualizada às 13h38]

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