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Excedente orçamental? Rio diz que foi atingido à custa de uma “brutal carga fiscal”

27 dez, 2019 - 22:49 • Lusa

Ministério das Finanças anunciou que o excedente das administrações públicas atingiu 546 milhões de euros até novembro, uma melhoria de 1.131 milhões de euros face ao mesmo período de 2018.

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O presidente e candidato à liderança do PSD, Rui Rio, afirmou esta sexta-feira que o excedente orçamental "é positivo", mas entende que o mesmo tem sido atingido "à custa de uma carga fiscal brutal". "Aquilo que interessa efetivamente é como vai fechar a 31 de dezembro. E a minha ideia é que o Orçamento do Estado de 2019 irá fechar a 31 de dezembro com 0,1% do PIB, portanto ligeiramente melhor do que aquilo que estava inscrito no próprio Orçamento do Estado. Penso obviamente que é positivo", afirmou Rui Rio, em Castelo Branco, onde se deslocou para uma sessão de esclarecimento com militantes.

O Ministério das Finanças anunciou hoje que o excedente das administrações públicas atingiu 546 milhões de euros até novembro, em contabilidade pública, uma melhoria de 1.131 milhões de euros face ao mesmo período de 2018.

O presidente do PSD sublinhou que não vai criticar um Governo que, nesse aspeto, faz aquilo que qualquer um deve fazer. "Coisa diferente é depois como é que é atingido esse saldo orçamental. Uma coisa é o saldo, mas depois [outra coisa é] como é que é atingido. E tem sido atingido à custa de uma carga fiscal brutal, um brutal aumento de impostos. Se o PSD foi criticado quando estava no Governo por ter feito um brutal aumento de impostos, o que é verdade é que depois desse brutal aumento de impostos o PS já fez não sei quantos mais aumentos de impostos sobre aquilo que era brutal", sustentou.

Rio realçou que o país esteve mais de 40 anos com défices públicos que trouxeram a dívida pública para um patamar que considera "absolutamente brutal".

Contudo, entende que esse excedente está a ser conseguido à custa de uma carga fiscal muito grande e, do lado da despesa, com uma degradação muito grande dos serviços públicos. "Não é só o Serviço Nacional de Saúde, mas a muitos outros níveis também. Portanto, se o resultado aritmético no fim do saldo é positivo, a forma como lá se chega não é a melhor forma, porque traz às pessoas sofrimento que seria, em parte, de evitar para obter o mesmo resultado. Porque aí eu não transijo, as contas nacionais têm de efetivamente estar equilibradas", concluiu.

OE 2020? Rio afirma que probabilidade de PSD estar de acordo é "muito escassa”

Rui Rio afirmou hoje também que a probabilidade de o PSD estar de acordo com um orçamento do PS "é muito escassa", mas entende que a votação deve ser feita de uma forma sustentada. "Todos nós temos consciência de que a probabilidade de o PSD estar de acordo com um orçamento apresentado pelo PS, ao abrigo de um programa do PS, é muito escassa, mas convém ver o documento e argumentar o porquê de um não, por exemplo. E é isso que nós estamos a fazer", afirmou aos jornalistas, Rui Rio, que se deslocou a Castelo Branco para uma sessão com militantes.

Rio sublinhou que todas as posições que assume, independentemente das matérias, devem ser feitas de uma forma sustentada, sejam elas a favor, contra ou com abstenção. "Eu não posso dizer assim: ‘O orçamento vem de um Governo que não é do meu partido, logo eu sou contra’. Eu acho que isto não é forma de estar na política sinceramente", frisou.

Já sobre as eleições diretas do PSD, o líder social-democrata declarou ter "boas expectativas". "Tenho boas expectativas, naturalmente. Mas se calhar a minha resposta é diferente daquilo que é o comum dos candidatos, porque posso garantir-lhe que eu tenho um grande desprendimento, neste momento, pelo próprio lugar. Se as pessoas quiserem votar em mim, votam e está tudo bem. Mas se a maioria entender que não sou eu a solução, também está tudo bem", referiu.

Rui Rio explicou que mais do que servir o partido, o seu objetivo é, principalmente, servir o país. “Essa disponibilidade dá-me um desprendimento e o desprendimento é muito importante. Porque hoje na política é preciso coragem para tomar muitas medidas e essa coragem só se consegue se nós tivermos algum desprendimento do poder. Porque se não tivermos desprendimento do poder começamos a fazer muitas contas de cabeça e acabamos a não tomar as medidas. Acho que vai correr bem, de certeza", concluiu.

As eleições diretas do PSD realizam-se a 11 de janeiro. São candidatos à liderança o atual presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.

Comentários
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  • Cidadao
    29 dez, 2019 Lisboa 11:24
    E é preciso ele vir dizer isso? Entre Orçamentos não cumpridos - está orçamentado mas as famosas "cativações"... - e hiper impostos, que para qualquer coisa ou criam um novo ou aumentam os já existentes, o Centeno é um "herói" mas de pés de barro. E se houvesse uma Oposição digna desse nome que desmontasse à séria esta falácia ou no mínimo uma Sociedade Civil que não estivesse anestesiada e amorfa, as coisas passavam-se de maneira muito diferente.

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