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Sporting de Braga

Shade Pratt vai passar o primeiro Natal longe de casa. "Tem sido bastante difícil"

24 dez, 2019 - 06:49 • Inês Braga Sampaio

A jogadora do Sporting de Braga nunca passou o Natal fora dos Estados Unidos. Em entrevista à Renascença, Shade fala da diferença cultural entre Braga e a sua cidade, no que toca à época festiva, das campeãs do mundo com quem partilhou balneário em Portland e da experiência no futebol português.

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Pela primeira vez desde que se tornou profissional, Shade Pratt não vai poder regressar a casa para festejar o Natal. A jogadora norte-americana, que milita no Sporting de Braga, confessa, em entrevista à Renascença, que tem sido complicado lidar com a distância, durante a quadra.

"Tem sido bastante difícil, porque esta é a primeira vez que jogo durante a época festiva. Normalmente, termino por volta de outubro ou novembro, pelo que estou livre em dezembro. Nunca perdi o Dia de Ação de Graças e o Natal, que é quando tenho algum tempo de descanso e posso estar com a família, que é muito importante para mim. Este ano, não é o caso. Ainda estou a habituar-me", admite.

Shade terá oportunidade de estar com a família no Natal, na Serra Leoa, contudo, terá de "partir à pressa e regressar pouco depois para jogar". Isto porque o Braga defrontou o Marítimo, na Madeira, a 18 de dezembro e recebe o Sporting logo no dia 5 de janeiro. A janela de oportunidade é reduzida.

Não é só no tempo de férias que Shade Pratt está a sentir a diferença entre este Natal e os anteriores. "Estou habituada a que haja neve e aqui não há nenhuma", revela a jogadora à Renascença, entre risos.

O espírito natalício também é muito diferente, entre Portugal e os Estados Unidos: "Aqui em Braga, vivo na cidade, mas nos Estados Unidos vivo nos subúrbios. Temos imensa neve e toda a gente decora as casas com luzes de Natal, por isso é mesmo agradável conduzir à noite pelas ruas. Temos competições de decorações entre vizinhos e toda a gente pode visitar as casas. Eles dão o seu máximo, a cada ano, para vencer. Aqui, algumas pessoas enfeitam as varandas, mas é muito diferente. Não é tão natalício, pelo menos não da forma a que estou habituada."

Ainda assim, Shade ficou surpreendida com o Natal na Madeira. A palavra que lhe à cabeça, para descrever o que viu, é "uau".

"Foi incrível. Acho que nem a minha cidade pendura tantas luzes. E se há cidade que pendura luzes, é a minha [Germantown, Maryland]. Aquilo está lindíssimo. Gostava que a minha cidade fizesse algo assim", admite.

Crescer com as melhores


Shade Pratt estreou-se estreou-se como profissional no Sky Blue, da Nova Jérsia, antes de rumar ao Portland Thorns.

Na equipa do Oregon, partilhou balneário com jogadoras como Adrianna Franch, Emily Sonnett, Allie Long, Lindsey Horan ou Tobin Heath. Todas elas se sagraram campeãs do mundo, este ano, em França.

Nesta entrevista à Renascença, Shade fala do orgulho que sentiu ao ver as antigas companheiras de equipa a vencer o Mundial:

"Foi fantástico vê-las ter tanto sucesso pela televisão. E poder dizer que joguei com algumas daquelas jogadoras e que sei quão boas elas são e o quanto trabalham e que merecem ter levantado aquele troféu."

Apesar de não ter ficado nos Estados Unidos, sente que se tornou melhor jogadora só de partilhar experiências com atletas de topo:

"Quase toda a equipa era de classe mundial. Quando há algo que adoramos fazer, temos sempre de nos chegar à frente e sair da zona de conforto. Foi assim que consegui evoluir. Quando estava no Portland Thorns, não era só o treinador a dar-me 'feedback' e a treinar-me, mas também as jogadoras, até depois do treino. Todas comunicamos, porque todas temos de ser a melhor versão de nós mesmas nos treinos."

A "globetrotter" do Braga


De Portland, Shade Pratt viajou para a Escandinávia, onde representou quatro clubes, distribuídos por Noruega, Suécia e Dinamarca. "O futebol é um pouco diferente onde quer que vás", refere a lateral e extremo.

Agora, Shade luta por ajudar o Sporting de Braga a sagrar-se bicampeão nacional. A tarefa está complicada, dado que as minhotas estão no terceiro lugar, a oito pontos do Benfica, que lidera a tabela classificativa. Ainda assim, a jogadora norte-americana não arrisca um prognóstico.

"O futebol é um desporto curioso, não é? Nunca sabes quem vai ganhar um jogo. Há sempre uma previsão e podes achar que uma equipa deve ganhar, mas o desfecho é sempre incerto. O que sei é que esta equipa vai dar tudo em cada jogo. Nunca sabes o que pode acontecer com as outras equipas, por isso estamos focadas em nós e em vencer todos os jogos. No final, veremos o que acontece", frisa, em declarações à Renascença.

O que Shade não sabe é o que o futuro lhe guarda. A jogadora arsenalista prefere "pensar época a época e desfrutar de cada experiência".

"Onde quer que vá parar, é sempre uma aventura. Estou a gostar de estar no Braga. As jogadoras são muito simpáticas e o clube é muito bom. Estou a gostar muito. E é bom ter bom tempo, quando não chove. É um mundo de diferença, comparado a jogar na neve", brinca.

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