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Criança num mar de plástico vence prémio de fotografia da UNICEF

19 dez, 2019 - 11:04 • Joana Bourgard

Crianças-soldado do Afeganistão e trabalho infantil no Burkina Faso venceram o segundo e terceiro prémio. Vejas as fotografias.

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Hartmut Schwarzbach, fotógrafo alemão que se dedica há 20 anos a captar as condições de vida na Ásia e África, venceu o primeiro prémio com uma imagem de crianças a recolher lixo na baía de Malina, nas Filipinas. No Tondo, um bairro da capital das Filipinas, as crianças passam os dias a recolher garrafas de plástico que depois vem à indústria da reciclagem.

Apesar de o trabalho infantil ser ilegal no país, várias crianças recolhem lixo do mar, o que lhes dá um retorno de 90 cêntimos por dia. No Tondo, vivem 70 mil pessoas por quilómetro quadrado, onde a maioria vive em barracas feitas de ferro ondulado, papelão ou restos de madeira, sem rede de água potável.

Wenie Mahiya, que aparece em primeiro plano na fotografia, tem 13 anos, mas é frequente ver crianças com apenas sete anos a recolher lixo junto ao porto, infestado de ratos.

O segundo prémio foi atribuído ao australiano Andrew Quilty que concorreu com uma imagem com o título “Afeganistão: nenhuma medalha por coragem”.

O fotógrafo acrescenta à descrição da imagem que “aos soldados feridos em guerra são dadas medalhas, as crianças recebem uma prótese”. A fotografia retrata crianças da vila de Surkh Rod, feridas em guerra. A maioria perdeu uma ou duas pernas e viram a família morrer nos confrontos.

Em 2018, mais de 1.400 civis, dos quais 87% são crianças, morreram na sequência da explosão de minas, plantadas durante a guerra entre os talibã e as forças afegãs.

Ao espanhol Antonio Aragón Renuncio foi atribuído o terceiro prémio pela imagem de uma crianças trabalhadora nas minas de ouro do Burkina Faso.

De acordo com a Organização Internacional para o Trabalho, cerca de 152 milhões de crianças no mundo são forçadas a trabalhar, privando-as dos seus direitos fundamentais. Mais de 70 milhões destas crianças trabalha em minas, na indústria do têxtil e quintas, ou são exploradas sexualmente. Quase 25% tem menos de 12 anos.

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  • António Leal
    28 dez, 2019 Porto 15:21
    Actualmente os civilizados estão herméticos, no privado bunker dos seus telemóveis computarizados, não se importando com nada do que está fotografado, exceptuando as SELFIES. Preocupações? Têm sim, com os FOX's, com os CRIMES's, com os COPOS e com a compra dos natais. Num Domingo, aqui atrasado, vi um turista estrangeiro com uma seira com saco e pegas feitas de material vegetal que, na Foz do Douro, recolhia tudo o que era de plástico trazido pelo mar, enquanto a companheira e dois filhos pequenos passeavam pelo passeio, dirigindo-se para um mesmo lugar ao longe, onde se encontravam contentores de lixo classificado. Irei ter esse mesmo procedimento que poderá ser um incentivo para os displicentes, que atiram tudo o que não mais precisam para o chão, a deixarem de o fazer. e que é a maior parte de nós.
  • 20 dez, 2019 13:54
    E eu agora pergunto... esse prémio que a Unicef ganhou atravez da exposição de imagem dessas crianças, foi distribuido pelas mesmas ou ficaram mesmo só pelo " coitadinhas delas" e o que interessa "foi para o bolso"...?

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