19 dez, 2019 - 18:05 • Redação
A polícia militar italiana deteve mais de 300 pessoas, onde se incluem políticos e detentores de cargos públicos, por suspeita de pertencerem à ‘Ndrangheta, uma organização mafiosa, já classificada como "a segunda maior máfia da história italiana".
Cerca de 2.500 elementos das forças de segurança participaram nas buscas que decorreram esta quinta-feira, sobretudo na província italiana de Vibo Valentia, situada na região de Calábria.
Os suspeitos estão acusados de extorsão, sequestro, lavagem de dinheiro e pertença a organização mafiosa.
A investigação começou em 2016 e incluiu, pelo menos, 11 regiões italianas, nomeadamente, Lombardia, Sicília, Veneto, Toscania e Campania. Os suspeitos foram seguidos durante algum tempo, acabando por serem detidos na Alemanha, Suíça e Bulgária.
Entre os detidos estão Giancarlo Pittelli, um conhecido advogado de Catanzaro e ex-membro do partido de Silvio Berlusconi, Forza Italia, e também um presidente de câmara, um presidente de um partido político e um comandante da polícia.
Nomeação de Giuseppe Pignatone faz parte do esforç(...)
“Tenho estado a trabalhar nesta investigação desde que me tornei procurador geral em Catanzaro”, afirmou Nicola Gratteri, um procurador especializado no combate à máfia, que dirigiu a investigação.
“Esta é a maior operação desde o Maxi-Trial de Palermo”, acrescentou, referindo-se ao processo criminal com 475 acusados, que desmantelou a máfia siciliana, entre 1986 e 1992.
Nicola Morra, o presidente da comissão parlamentar anti-máfia, declarou que “o Estado demonstrou, mais uma vez, a habilidade de reagir, disponibilizando meios e pessoas, atacando a questão de forma eficaz. A partir de hoje, em Calábria, o ar que se respira é melhor. É um ar com sabor a liberdade. Hoje é um bonito dia para um Estado de Direito”.