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Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo
Um escritor, dramaturgo e cineasta e um “proletário do teclado” e cronista. Discordam profundamente na maior parte dos temas.
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Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo - Resultados da COP25 e o raspanete de Ferro Rodrigues a André Ventura - 16/12/2019

H. Raposo

"Temos de resolver a nossa hipocrisia climática"

16 dez, 2019


Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires analisam os (não) resultados da última Conferência das Nações Unidas sobre o Clima e o “raspanete” do presidente da Assembleia da República ao líder do Chega.

A defesa do ambiente e do clima “é sobretudo um valor europeu”, considera Henrique Raposo. No debate desta segunda-feira, na Renascença, o comentador defende que “em vez de depressões pós-cimeiras climáticas, temos de olhar para nós – nós Europa, nós Portugal, nós Lisboa, nós portugueses – e fazermos as coisas em concreto”.

Como exemplo, dá o que se passa na capital portuguesa. “Falamos que queremos salvar o ambiente, mas Lisboa, nos últimos anos, ficou mais poluída: há mais aviões, há mais navios. Só um paquete que aporta no Tejo polui mais que todos os carros de Lisboa. Há uma certa hipocrisia também da nossa parte e acho que em vez de estarmos a olhar para os brasileiros e para os chineses temos, em primeiro lugar, de resolver a nossa hipocrisia climática”.

“Quando resolvermos isso vamos ter mais moral para enfrentar os Bolsonaros e os chineses e os indianos”, remata.

Ao contrário de Jacinto Lucas Pires – que se mostra desiludido e pessimista com a conclusão da chamada COP25, a Conferência da ONU sobre o Clima que decorreu em Madrid – Henrique Raposo vê o copo meio cheio.

“Há mais países comprometidos, há mais cidades comprometidas, há mais multinacionais comprometidas e temos de ter sempre em conta que nestas cimeiras globais vai sempre haver enormes divergências”, afirma.

Os dois comentadores do programa “As Três da Manhã” foram depois chamados a comentar a repreensão de Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, a André Ventura, líder e deputado do Chega.

Na opinião de Jacinto Lucas Pires, Ferro Rodrigues não compreendeu ainda “o que é este partido, que vive destes momentos: vive para ser a vítima antissistema permanente e para usar este palavreado”.

“É um bocado uma equipa de futebol que não joga para marcar golos e para achar soluções; joga para o cartão vermelho e para fazer disso uma teatrada como está a fazer”, resume o comentador sobre o Chega.

Henrique Raposo partilha a opinião e acrescenta: “se queremos secar esta extrema-direita que está a nascer, temos que lhe secar o apoio eleitoral e democrático; temos de falar para as pessoas que votaram no André Ventura”.

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