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Priscos. Toneladas de pedra, 600 figurante e 90 cenários fazem o maior presépio vivo da Europa

12 dez, 2019 - 21:09 • Isabel Pacheco

É um projeto de “Natal a sério”, afirma o padre João Torres. O Presépio de Priscos, construído com a ajuda de reclusos, reabre portas a 15 de dezembro.

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Reportagem de Isabel Pacheco no Présio de Priscos
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Cerca de 600 figurantes vão ajudar a contar a história do nascimento do menino Jesus, no que é considerado o maior presépio vivo da Europa – o Presépio de Priscos, em Braga, tem um total de 90 cenários, distribuídos por 30 mil metros quadrados.

É um projeto de “Natal a sério”, diz à Renascença o padre João Torres. “Com as características deste presépio é único no mundo, porque não há nenhuma estrutura para falar do Natal que seja uma construção só para este efeito”, explica o pároco de Priscos.

Este ano o presépio tem uma estrutura nova: uma ponte romana. Foram precisos sete camiões de pedra e nove meses de trabalho para a erguer no caminho para a gruta de Belém. “Já estamos desde março aqui.

A parte mais difícil foi a construção dos seis arcos”, conta Francisco Araújo, que liderou o trabalho feito com mais cinco reclusos, que encontram no presépio uma oportunidade de integração. Neste serviço fora do estabelecimento prisional são acompanhados por um guarda.

Para o padre João Torres, “este presépio é um dos que mais presentes dá a quem é esquecido, porque começámos em janeiro a dar presentes a seis homens do Estabelecimento Prisional de Braga, que nos 12 meses do ano trabalham aqui a tempo inteiro, e que fazem vários trabalhos de construção civil, carpintaria, parte de ferreiro, tudo o que é necessário para construir o presépio”.

A colaboração resulta de um protocolo da paróquia de Priscos com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, que pretende “fazer com que esta comunidade seja mais humana”, sublinha o sacerdote.

“A ideia é que nos possamos preocupar mais uns com os outros. Que ninguém se sinta sozinho, mas que aqui se possa sentir gente com gente, gente com rosto e voz, e que encontra aqui a comunhão para combater a solidão. Acredito que estas pessoas se possam reintegrar na sociedade e não há melhor forma de integração do que o trabalho”.

Em cinco anos já 32 reclusos participaram na construção do Presépio de Priscos, avança ainda o padre Joao Torres, que é também o coordenador da Pastoral Penitenciária de Braga, e para quem esta “é uma verdadeira aldeia de Natal: fala do nascimento de uma pessoa que veio revolucionar o mundo, e nós queremos continuar esta revolução, por isso é que temos 600 figurantes de várias faixas etárias e profissões, desde advogados a pessoas que trabalham na fábrica. É por isso que este é um projeto de Natal a sério, podermos ser mais irmãos uns dos outros, mais preocupados em fazermos pontes e derrubar muros”.

O Presépio de Priscos vive da solidariedade de quem o visita, e do apoio financeiro da autarquia de Braga. Vai abrir portas no próximo domingo, 15 de dezembro, e pode ser visto até 12 de janeiro.

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