12 dez, 2019 - 19:15 • Filipe d'Avillez
Os cristãos da Nigéria estão consternados com a falta de segurança e proteção, que se reflete num aumento de padres raptados naquele país.
A Igreja Católica já veio dizer que a Nigéria está a atravessar uma situação de insegurança “sem precedentes”, segundo uma nota enviada para a Renascença pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
Só este ano, e apenas no Estado de Enugu, no sul da Nigéria, foram sequestrados nove padres. A Nigéria tem um longo historial de violência anticristã, mas esta concentra-se sobretudo no norte e centro país. Enugu fica no sul, de maioria cristã, o que revela o grau de insegurança que se vive no país onde, segundo a fundação AIS, “grupos armados e de malfeitores” agem com impunidade.
Os dois raptos mais recentes ocorreram no Estado de Ondo, onde dois padres foram emboscados enquanto se dirigiam a um casamento. Segundo a Rádio Vaticano os dois foram libertados no espaço de 48 horas, não se sabendo ainda se foi pago um resgate.
Nem sempre se dá a libertação, porém. Em março de 2019 o padre Clement Rapuluchukwu Ugwu foi encontrado morto uma semana depois de ter sido sequestrado.
O problema dos sequestros vem somar-se à violência perpetrada por grupos terroristas como o Boko Haram, que visa estabelecer um califado islâmico na região. Só em 2018, segundo o AIS, foram mortos cerca de 3,700 cristãos na Nigéria.