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Chefe de Estado-Maior do Exército “preocupado” com pedidos de saída dos quadros permanentes

11 dez, 2019 - 11:00 • Ana Rodrigues

É o pior ano de sempre em termos de saídas de militares nas Forças Armadas Portuguesas. Desde 2011, já se perdeu mais de 25 % do total dos efetivos.

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O chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) reconhece que as Forças Armadas têm menos militares do que deveriam ter, mas isso não tem impedido que as missões sejam cumpridas. Contudo, José Nunes da Fonseca está preocupado.

“Muito se tem falado da falta de praças nas Forças Armadas, mas não podemos esquecer e, isso é uma preocupação, os pedidos de abate aos quadros permanentes”, sublinhou Nunes da Fonseca, em São Tomé e Príncipe, onde acompanhou a visita do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

Para José Nunes Fonseca “isso significa uma saída antes do tempo de alguém que não se sente realizado, o que é penoso”.

Este ano entre entradas e saídas, o saldo negativo é de 1.220 militares, segundo dados da Direção-Geral da Administração e Emprego Público a que a Renascença teve acesso.

Sem mostrar surpresa com os números agora conhecidos, a Associação Nacional de Oficiais (AOFA) diz ser “uma situação grave e preocupante”.

O presidente António Mota afirma que “2019 consegue ser o pior dos últimos anos e isso vem confirmar que os problemas não têm sido atacados pelo poder político”.

Também o presidente da Associação Nacional de Sargentos refere “grande preocupação e revolta com o estado a que chegaram as Forças Armadas Portuguesas”.

António Lima Coelho chama a atenção para o problema da saída de militares não só em regime de contrato, mas também dos que pertencem aos quadros permanentes.

“Há uns anos, quando aparecia um camarada a pedir abate aos quadros era uma situação muito falada porque era raro”. Mas agora é muito pior, pois no ano passado cinco sargentos pediram abate aos quadros e este e ano já são mais de 20.

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  • Democrata
    11 dez, 2019 13:16
    «...Chefe de Estado-Maior do Exército “preocupado” com pedidos de saída dos quadros permanentes...» A situação relativa ao quadro permanente, é irrelevante, o que é preocupante é a falta de efectivos na classe de Praças, e não se entende como é que ainda não chamaram os cidadãos que se encontram na Reserva de Disponibilidade para lhes propor o reingresso nas fileiras através de um regime de contrato especial, de longa duração, reintegrando-os com o posto e especialidade com que saíram. Não é com homens e mulheres de 18/20 e poucos anos, com o 12º ano, licenciaturas, mestrados, ou doutoramentos, que o Exército vai recuperar a sua credibilidade e qualidade, resolver os seus problemas, e cumprir com as tarefas a nível Nacional e internacional.

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