10 dez, 2019 - 17:24 • Redação
Bruno Fernandes, capitão do Sporting, prestou declarações, esta terça-feira, no âmbito do ataque em Alcochete. O médio, que rescindiu contrato com o clube após o ataque, recorda as agressões do dia 15 de maio de 2018, em declarações por videoconferência.
"Apercebi-me de barulho nas portas e gritos. Não me apercebi o que diziam. Estávamos praticamente todos os jogadores. Acredito que cerca de 24, 25, mais a equipa técnica. Só o mister Jorge Jesus é que não estava2, começa por contar.
O jogador recorda ataques direcionados a Rui Patrício e William Carvalho, assim como Acuña e Battaglia, que foram os mais visados pelos agressores.
"Foram diretos ao Rui Patrício e William, que estavam mesmo ao meu lado, e depois seguiram em direção ao Acuña e Battaglia. Principalmente a estes dois últimos. Gritavam por estes nomes. O William e o Rui vieram tentar pará-los à porta. Eu e o Coates também tentámos impedir e quando olhei para o lado estava outro a agredir o William. Disseram que não mereciam usar a camisola. Um deu um soco nas costas do William", recorda.
Acuña foi agredido com chapadas, socos e pontapés, assim como todos os jogadores receberam ameaças de morte, caso não vencessem a Taça de Portugal, que acabaram por perder contra o Desportivo das Aves.
"Vi o Acuña a tentar defender-se, mas levou uma chapada, socos e pontapés. Há um que tira o garrafão da água e atira-o ao Battaglia. Atingiu-o no braço. Vi também a bolsa de higiene a acertar no fisioterapeuta Ludovico. Ouvia a dizerem, 'vamos matar-vos, Acuña e Battaglia vamos apanhar-vos. Não ganhem no domingo e vão ver o que vos acontece'", termina.
À semelhança de Ristovski, também Bruno Fernandes teme uma repetição do ataque: "Ainda hoje, quando temos os jogos, sinto ansiedade que, caso as coisas não corram bem, possa acontecer novamente".