09 dez, 2019 - 18:27 • Lusa
A administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) garantiu, esta segunda-feira, que estão assegurados os serviços de urgência de Cirurgia Geral nos hospitais de Faro e de Portimão, com médicos do quadro e externos.
A posição do CHUA surge na sequência de informações veiculadas, também esta segunda-feira, pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM). Através do seu site oficial, o SIM indicava que "depois das 20h00 o serviço de urgência do CHUA em Faro estaria sem cirurgiões".
Em comunicado, a administração do centro hospitalar garantiu que "a resposta em urgência na especialidade de Cirurgia Geral está assegurada" nos hospitais de Faro e de Portimão. Isto foi conseguido através de uma solução conjunta "entre cirurgiões do quadro e de outros regimes de contrato que trabalham com o CHUA há alguns anos".
Serviço esteve em risco de não ter médicos
Em declarações à agência Lusa, o secretário regional do Algarve do SIM, João Dias, referiu que o sindicato recebeu a informação de que a falta de médicos para assegurar as escalas de urgência da especialidade originava a que "o serviço no hospital de Faro não tivesse médicos a partir das 20h00".
"Recebemos essa informação, mas a administração informou-nos de que o serviço estaria assegurado com o recurso a médicos externos", sublinhou o dirigente sindical.
De acordo com João Dias, na terça-feira, às 12h00, os médicos e a administração do CHUA vão reunir-se para analisar "as formas para resolver, tanto o pagamento de horas extras aos médicos como a degradação das condições de trabalho no serviço de urgência".
A administração do CHUA reiterou que "está empenhada e a trabalhar em conjunto com os profissionais e as respetivas equipas de Cirurgia Geral da Unidade Hospitalar de Faro no sentido de encontrar as melhores soluções".
Segundo o CHUA, "só com o empenho e colaboração" entre todos, ou seja, médicos do quadro e médicos prestadores de serviço, se tem "conseguido garantir um serviço aberto ininterruptamente todos os dias do ano".
Origem do problema
Na passada quinta-feira, em carta enviada à administração hospitalar, os chefes de equipa de Cirurgia do hospital de Faro, manifestaram a indisponibilidade para fazerem trabalho suplementar a partir do dia 1 de janeiro, devido à "persistência das atuais, inaceitáveis e degradadas condições de trabalho no serviço de urgência".
O diretor do serviço de cirurgia, Martins dos Santos, disse na altura aos jornalistas que esta era "uma posição última", depois "de várias promessas" de melhoria das condições. Segundo o dirigente hospitalar, há "uma exaustão que põe em causa a qualidade" do serviço prestado.
No mesmo dia, a presidente do conselho de administração do CHUA, Ana Paula Gonçalves, disse que, caso os cirurgiões avancem com a intenção de não fazerem urgências a partir de 1 de janeiro, "o serviço será garantido por um conjunto de 12 médicos tarefeiros que, há muito tempo, colmatam estas falhas".