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José Manuel Constantino

Sanção aplicada à Rússia "beneficia a verdade desportiva"

09 dez, 2019 - 18:15 • José Barata

O presidente do Comité Olímpico Português reage em Bola Branca à decisão da Agência Mundial Antidopagem em afastar a Rússia dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. José Manuel Constantino recorda que os atletas sem cadastro podem participar na prova.

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Para o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, a sanção aplicada à Rússia não enobrece a imagem do desporto, mas beneficia a verdade desportiva.

A Rússia foi excluída das grandes competições desportivas por um período de quatro anos, pela Agência Mundial Antidopagem (AMA). Decisão unânime da AMA, anunciada esta segunda-feira, na Suíça, na sequência da investigação levada a cabo sobre os métodos utilizados pela Agência Antidopagem da Rússia, que em janeiro entregou amostras manipuladas para análise.

"Se há atletas que estão numa situação irregular e são proibidos de participar, claro que isso beneficia o espírito olímpico. Mas, isto pode ter outro lado da moeda, que é a circunstância de um país que tem um certo perfil desportivo e uma certa história desportiva ter uma situação desta natureza, coisa que não enobrece o próprio desporto em termos gerais", começa por dizer, em Bola Branca.

José Manuel Constantino não esconde que tem "sentimentos contraditórios" em relação à decisão: "por um lado, estou satisfeito por a Agência Mundial de Antidopagem ter recomendado ao Comité Olímpico Internacional a não participação da Rússia devido a situações ilícitas de muitos dos seus atletas, mas, por outro lado, não deixo de reconhecer que isto não valoriza o desporto".

A Rússia fica impedida de competir oficialmente nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, no Japão, e potencialmente no Mundial do Catar, que se realiza em 2022. Os atletas russos que conseguirem provar que nada têm a ver com este escândalo poderão competir sob bandeira neutra.

Nesta entrevista a Bola Branca, José Manuel Constantino explica que há atletas russos que poderão participar nos grandes eventos internacionais com bandeira neutra.

"Desfilarão com uma bandeira neutra e poderão participar nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 aqueles que se vier a reconhecer que não estão incluídos na lista de atletas com resultados suspeitos, pelo que creio que será uma situação similar ao que se passou no Rio de Janeiro, em 2016. A decisão quanto aos atletas poderem participar ou não, cabe ao Comité Olímpico Internacional. Terá de ser encontrada uma solução para aqueles que não podem ser responsabilizados por resultados suspeitos e para os que foram sujeitos ao controlo e deu negativo quanto a doping", concluiu.

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