07 dez, 2019 - 10:25 • Pedro Mesquita , João Pedro Barros
Portugal ainda não tem a capacidade de resposta de outros países para enfrentar uma eventual catástrofe de larga escala, que obrigue a um alojamento de urgência de grandes dimensões. Quem o admite é Rui Ângelo, o chefe da divisão de segurança, saúde e estatuto social da Protecção Civil.
“Se acontecesse agora, não teríamos capacidade de preparação para dar a resposta que outros países já têm. Temos aqui peritos de Itália, da Eslovénia, da Alemanha e da Organização Internacional para as Migrações, que estiveram em cenários com milhares de desalojados. Estamos muito longe da realidade de preparação desses países em termos de resposta”, admite.
O responsável falou à Renascença este sábado, dia de uma conferência internacional, em Carnaxide, sobre o apoio psicossocial em caso de catástrofe e os desafios do alojamento de emergência. O evento é organizado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em conjunto com a agência alemã de ajuda técnica perante catástrofes e o Serviço municipal de Proteção Civil de Lisboa.
“Os PREVPAV estão no topo das nossas prioridades",(...)
“Este programa de formação visa aumentar a nossa capacidade de resposta a este nível, para ficarmos mais preparados para quando for necessário”, explica Rui Ângelo, que sublinha que, até agora, nunca foi necessário alojar, de emergência, milhares de pessoas em Portugal.
“Quer nas catástrofes de 2017, que no incêndio de Monchique em 2018, até no furacão Lorenzo, que atingiu os Açores este ano, nós defendemos que o apoio psicossocial e o alojamento de emergência têm um papel essencial e são áreas que temos de desenvolver em Portugal, porque não temos tido eventos que justifiquem uma resposta em larga escala. Temos de nos preparar, vai chegar um dia em que teremos de alojar centenas ou milhares de pessoas decorrentes de uma operação de proteção civil”, reconhece.