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Misericórdias ameaçam encerrar camas se Estado não aumentar apoio

07 dez, 2019 - 11:41 • Fátima Casanova , João Pedro Barros

Presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, sublinha que aumento do salário mínimo tem de ser compensado, porque despesa não pode ser imputada aos “idosos, deficientes e famílias das crianças”.

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A comparticipação do Estado às misericórdias pelo internamento de longa duração não é suficiente, garante Manuel Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, à Renascença. O responsável pede mais dinheiro ao Estado para os cuidados continuados, nomeadamente através do orçamento para 2020.

“Para podermos continuar a cumprir a nossa missão temos de estar no terreno e para isso temos de ser sustentáveis. Nos últimos anos tem havido uma degradação muito grande da percentagem da comparticipação pública no custo das responsabilidades sociais e é uma das minhas prioridades uma conversa com o Estado para acertar esse valor, para permitir não só às misericórdias mas também às instituições particulares de solidariedade sociais sobreviverem”, avisou.

Manuel Lemos – que vai ser reconduzido no cargo este sábado, em eleições a realizar em Fátima, e às quais apenas se apresenta uma lista – salienta o aumento do salário mínimo, que tem de ser compensado.

“Ninguém discute o aumento, todos apoiam, mas tem de ter uma tradução na comparticipação pública. Não podemos transferir, como faz uma empresa privada, esse impacto ou parte desse impacto para os nossos idosos, deficientes e para as famílias das nossas crianças. Não é possível por lei e não há capacidade deste lado. Tem de ser o Estado a corrigir esse aspeto”, explicou.

Se isso não acontecer, a alternativa para as misericórdias é “entrar no filme dos salários em atraso”, algo que “os trabalhadores não merecem”, ressalva Manuel de Lemos.

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