06 dez, 2019 • Ana Sofia Carvalho*
Tive o privilégio de trabalhar com o Senhor Comissário em Bruxelas durante dois anos, como membro do Grupo Europeu de Ética para a Ciência e as Novas Tecnologias. No entanto, nos nossos breves encontros, um facto, é verdadeiramente incontornável, ninguém lhe fica indiferente.
Assim, por ocasião da sua saída, entendi ser meu dever de gratidão e respeito sublinhar a honra que foi trabalhar consigo e, desta forma, prestar homenagem a uma personalidade ímpar, que a Portugal, à Europa, à investigação prestou os mais altos serviços.
Carlos Moedas como Comissário, como pessoa, na dimensão e grandeza da sua obra, na versatilidade da sua continuada intervenção no espaço público e no desempenho de cargos de elevada responsabilidade, é singular. Cada intervenção que tive oportunidade de lhe ouvir sempre revelou o pormenor com que atendeu a cada uns dos assuntos em análise, o modo como ouviu cada intervenção e a minucia com que se preparou para analisar os assuntos. Estamos, portanto, diante de uma marcante personalidade e de um homem superior, que deixa uma marca indelével no Grupo Europeu de Ética, em Portugal, na Europa e no Mundo.
A missão e o legado que deixa, torna a sua herança pesada; garantir a perpetuação de um Sonho que era seu, uma Europa respeitadora dos valores humanos e da dignidade do Ser humano. Sei, Senhor Comissário, poder contar com a sua presença, o seu avisado conselho e a sua permanente disponibilidade.
Muitos certamente expressaram de uma forma mais eloquente e capaz o tanto que lhe deve o país e a Europa, no entanto, deixo-lhe aqui o que ninguém lhe pode dar por mim: o meu afecto e a minha gratidão.
Pela minha parte, termino, só sei agradecer-lhe Senhor Comissário.
*Professora do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa