05 dez, 2019 - 13:18 • Rosário Silva
Quatro meses depois de ter fechado para obras, a Basílica de Castro Verde está agora em condições de ser reaberta ao culto.
“A Basílica Real de Castro Verde reabre ao culto no próximo domingo, 8 de dezembro, pelas 16h00, após obras de requalificação (1ª fase) que contemplaram, recorde-se, a limpeza manual do telhado, o arranjo de portas e janelas e a pintura total do monumento”, anuncia o município alentejano.
Para assinalar o acontecimento, foi preparado um programa que integra a festa em honra de Nossa Senhora da Conceição, promovida pela paróquia de Castro Verde e presidida pelo bispo de Beja, D. João Marcos.
Depois da cerimónia de reabertura, onde vai estar também o secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, é celebrada uma missa solene, seguida de procissão em honra da Padroeira de Portugal, que vai percorrer várias artérias da vila.
À primeira fase das obras de requalificação desta igreja matriz, no valor de 65 mil euros, segue-se uma segunda fase que implica um investimento na ordem dos 380 mil euros. Para fazer face a este valor, foi necessário proceder a uma candidatura a fundos comunitários, entretanto já aprovada, através do Programa Operacional Regional do Alentejo 2020. Uma intervenção de conservação e restauro do teto pintado em madeira da Basílica Real, foi o objeto desta candidatura que assegura 85% dos apoios.
Os restantes 15% serão assegurados, segundo o presidente da câmara de Castro Verde, António José Brito, em declarações à Renascença, pela “empresa mineira Somincor”, que ao abrigo da Lei do Mecenato, “aceitou a proposta do município para apoiar o projeto.”
Ciente da importância desta intervenção “no monumento mais importante de Castro Verde”, o autarca mostra-se “satisfeito” com o desenrolar das obras de reabilitação, esperando que a segunda fase se concretize “muito em breve”.
Construída em 1573 por D. Sebastião, viria a receber do rei D. João V, em 1735, o estatuto de Basílica Real. O templo, que marca o núcleo urbano da vila, têm nas suas paredes milhares de azulejos do século XVIII que retratam a Batalha de Ourique, sendo também uma homenagem à vitória do primeiro rei de Portugal - D. Afonso Henriques - sobre os cinco reis mouros, em 1139.
O estado de degradação a que chegou, levou à suspensão do culto, em 2018. Permaneceu, contudo, aberto à fruição do publico, o Tesouro da Basílica, um núcleo museológico de arte sacra, onde se podem apreciar algumas das alfaias religiosas mais importantes do concelho, com especial destaque para a Cabeça-Relicário de São Fabião (Casével) e a Custódia da própria Basílica.