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Alterações climáticas. Maioria dos países não faz o suficiente, alerta OMS

03 dez, 2019 - 16:14 • Marta Grosso

Identificação dos riscos decorrentes da mudança no clima (como doenças e morte) para a saúde não teve impacto nas políticas da maior parte dos países, sublinha a Organização Mundial de Saúde.

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O chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS) lembra que "a mudança climática não cobra uma conta apenas às gerações futuras, é um preço pelo qual as pessoas estão a pagar agora com sua saúde.

"É um imperativo moral que os países tenham os recursos necessários para agir contra as mudanças climáticas e salvaguardar a saúde agora e no futuro", sublinha Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A notícia é avançada nesta terça-feira pela Sky News, que dá conta dos resultados de uma sondagem feita em mais de 100 países pela OMS. Embora metade tenha desenvolvido estratégias nacionais de saúde e mudança climática, apenas 38% tinham o financiamento para cumprir parcialmente esses planos e menos de 10% dos inquiridos possuíam o total financiamento necessário.

“Os riscos mais comuns à saúde, decorrentes do clima – identificados pelos países como stress térmico, lesões ou morte por eventos climáticos extremos, alimentos, água e doenças transmitidas por vetores (como cólera, dengue ou malária) – tiveram pouca ou nenhuma influência na alocação de recursos humanos e financeiros para atender às suas prioridades de adaptação à proteção da saúde, em 60% desses países”, indica o documento.

Os resultados são conhecidos na mesma altura em que vários líderes mundiais e ativistas se reúnem em Madrid para a Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP25).

Segundo os autores do relatório, poucos países apontam a saúde como um benefício da redução das emissões de gases com efeito de estufa, apesar de o cumprimento do Acordo Climático de Paris poder reduzir a poluição a ponto de salvar perto de um milhão de vidas por ano.

“Para que o Acordo de Paris seja eficaz na proteção da saúde das pessoas, todos os níveis do governo precisam de colocar como prioridade a criação de resiliência do sistema de saúde às mudanças climáticas – e há um número crescente de governos a caminhar nessa direção”, reconhece a diretora do departamento de Ambiente, Mudança Climática e Saúde da OMS, Maria Neirasaid.

Mas, para tal, é necessário que se empenhem no cumprimento do Acordo de Paris e concluam os temas pendentes, nomeadamente no que respeita às regras para os mercados globais de carbono e as compensações para os países mais pobres que sofreram perdas e danos causados pelas mudanças climáticas.

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