02 dez, 2019 - 14:42 • João Pedro Barros com Lusa
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta segunda-feira que as taxas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio procedentes do Brasil e da Argentina serão repostas com “efeito imediato”.
Numa publicação no Twitter, Trump justifica a medida com o facto de os dois países a sul desvalorizarem "enormemente" as suas moedas, prejudicando em particular os agricultores dos EUA.
"O Brasil e a Argentina desvalorizaram enormemente as suas moedas, o que não é bom para os nossos agricultores. (...) A Reserva Federal [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que muitos países não se aproveitem mais do nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais as suas moedas. Isso torna muito difícil para os nossos produtores e agricultores a exportação dos seus produtos de forma justa", explicou o chefe de Estado norte-americano.
O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço dos EUA, apenas atrás do Canadá. Segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA, esse negócio valeu 2,7 mil milhões de euros em 2017. Quanto à Argentina, é o sexto maior fornecedor de alumínio (495 milhões de euros).
Em março de 2018, Trump anunciou tarifas globais de 25% para o aço e 10% para o alumínio, mas em agosto decidiu suspendê-las para a Argentina e o Brasil, além de vários outros países inicialmente incluídos.
Os dois países sul-americanos atravessam crises económicas e financeiras que levaram os respetivos bancos centrais a efetuar várias desvalorizações de moeda face ao dólar, tornando assim mais apetecíveis as matérias primas para o mercado norte-americano.
Nem sequer a aparente boa relação entre Trump e o homólogo brasileiro Jair Bolsonaro foram capazes de impedir a medida, que surge no âmbito de uma orientação política protecionista do Presidente norte-americano.
O Presidente brasileiro inicia este domingo uma vi(...)
Não é também a primeira vez que o Presidente dos EUA critica os responsáveis da Reserva Federal, apelando para que baixe ainda mais as taxas de juro, o que já aconteceu por três vezes este ano.