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“Quem não tenta, não alcança”. Costa quer uma base industrial ferroviária em Portugal

28 nov, 2019 - 19:44 • Susana Madureira Martins com Lusa

Primeiro-ministro esteve presente na cerimónia de assinatura do contrato entre o Estado e a CP, que recebe 90 milhões de euros em 2020. Em 2023 devem chegar 22 comboios a Portugal.

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O primeiro-ministro deseja que a Comboios de Portugal (CP) se torne de novo produtora de material circulante para exportação. António Costa falava na tarde desta quinta-feira na estação do Rossio, em Lisboa, onde foi assinado o contrato de serviço público entre o Estado e a CP, que determina uma indemnização compensatória e sujeita a empresa a uma série de obrigações.

“A CP pode ser também um fortíssimo motor para a criação de uma nova área de competência industrial no nosso país. Na área da manutenção e, quiçá, de novo na área de produção de material circulante. Esta é uma enorme oportunidade que temos, não é garantido que a possamos alcançar, mas há uma coisa que a vida já nos ensinou a todos: quem não tenta, não alcança”, afirmou.

De acordo com António Costa, no plano estratégico de médio e longo prazo, Portugal "precisa de reforçar a sua base económica e elevar o seu nível de produtividade", o que impõe que se "aumente o valor dos bens e serviços que presta".

O primeiro-ministro define metas para o futuro da CP, numa altura em que está a decorrer um concurso para a aquisição de 22 comboios que chegam a Portugal em 2023. A seu lado, Pedro Nuno Santos explicou o que está definido no contrato agora assinado.

“O Estado exige à CP um conjunto de obrigações de serviço público, exige preço e qualidade. Os níveis de qualidade e as operações estão previstas no contrato de serviço público, a administração da CP sabe à partida com o que conta. Isso, obviamente, dá condições de estabilidade, previsibilidade e segurança a quem a administra. Temos agora uma empresa e o Estado que atingiram uma relação de maturidade”, detalhou o ministro das Infraestruturas.

Podia ter sido o secretário de estado do Tesouro, Álvaro Novo, a estar presente na cerimónia, já que foi ele que esteve nas negociações do contrato, mas a assinatura foi do próprio ministro das Finanças. Mário Centeno autorizou para 2020 o montante de 90 milhões de euros para o pagamento de compensações à CP em troca dos serviços previstos .

“Investimento da maior importância”, diz Costa

Na sua intervenção, no que respeita a desafios de curto prazo, António Costa classificou como "pesadas" as obrigações do Estado. "Mas é um investimento da maior importância, porque não basta ter uma boa infraestrutura, não basta ter um material circulante e porque é fundamental ter boa qualidade de serviço. Só assim aqueles que temos de servir podem confiar na CP e podem confiar no transporte público ferroviário como uma alternativa", sustentou o líder do executivo.

Neste contexto, o primeiro-ministro advertiu que a celebração do contrato programa é apenas uma estação de "um longo caminho ainda a percorrer" na estratégia de investimento na ferrovia.

"Quando ouvimos o presidente da CP [Nuno Freitas] sinalizar que ao longo das próximas décadas vamos ter de adquirir mais de duas centenas de composições e vamos ter de continuar a investir em material circulante, não podemos então deixar de ver nessa necessidade uma enorme oportunidade para a nossa economia", acrescentou.

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