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Estudo

Portugueses desconfiam das compras online e dos prestadores de serviços

29 nov, 2019 - 07:00 • João Pedro Barros

Estudo da Comissão Europeia mostra também pouca confiança nos mecanismos de resolução de conflitos. Globalmente, Portugal está a meio da tabela em termos de condições oferecidas aos consumidores.

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Os consumidores portugueses são os mais desconfiados da União Europeia (UE) no que toca às compras online, revela a edição de 2019 do Painel de Avaliação dos Mercados de Consumo, uma iniciativa da Comissão Europeia que mede as condições oferecidas em cada país para que as compras sejam esclarecidas e contribuam para o bem-estar.

Apenas 43,4% da amostra inquirida em Portugal se manifestou confortável com as compras via internet em entidades nacionais, um valor inferior em 28,2 pontos percentuais face à média europeia.

O país com maior confiança é o Reino Unido, com um impressionante registo de 87,5% da população. Ainda assim, em comparação com os números de 2016, a confiança aumentou 4,2 pontos percentuais em Portugal.

A confiança nas aquisições feitas por via digital parece estar relacionada com a maior ou menor experiência da população.

Em 2018, 36,7% dos portugueses tinha feito compras na Internet, o sétimo valor mais baixo dos 28 estados-membros. A média da UE no mesmo ano era de 59,5% e os países com maior experiência são a Dinamarca (84,4%) e o Reino Unido (82,8%), que também estão no topo em termos de confiança.

Outro fator em que Portugal está particularmente mal colocado é na relação dos consumidores com os retalhistas e prestadores de serviços. Apenas 62,1% mostra confiança, um valor inferior em mais de 10 pontos percentuais face à média (lidera a Hungria com 84,5%). Ainda assim, há uma recuperação face aos registos entre 2012 e 2016, provavelmente influenciados pela crise económica.

Curiosamente, os consumidores em Portugal mostram valores de confiança acima da média nas autoridades públicas e nas organizações não governamentais. É uma tendência que está em contraciclo com a da UE, em que a confiança nos retalhistas e prestadores de serviços (estimada em 72.3%, quase 15 pontos percentuais acima do número registado há 10 anos) ultrapassa a das instituições públicas e privadas, que estão em queda.

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