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Assessor de Joacine acusa jornalistas de perturbarem trabalho parlamentar

27 nov, 2019 - 12:45 • Eunice Lourenço , Paula Caeiro Varela

Deputada do Livre pediu para ser acompanhada por GNR para não ser incomodada por jornalistas. Assessor ataca “quem paga” aos jornalistas

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As polémicas à volta da deputada eleita pelo Livre, Joacine Katar Moreira, não param e agora o seu assessor veio acusar os jornalistas de perturbarem o trabalho parlamentar da eleita, que ontem pediu para ser acompanhada por um GNR até ao seu gabinete para não ser incomodada pelos jornalistas. O próprio presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, já pediu esclarecimentos sobre este caso.

“Isto não é sobre jornalistas. Isto é sobre quem lhes paga (bem como sobre os que pagam a quem àqueles paga). O trabalho jornalístico é precário, mal pago, sujeito a desordens mentais. Isto não é sobre os jornalistas, isto é sobre a mercantilização da info”, escreveu Rafael Esteves Martins, o assessor da deputada, na rede social Twitter, depois de ter acusado os jornalistas de perturbarem o trabalho parlamentar.

Na terça-feira, vários jornalistas tentaram abordar a deputada no Parlamento para a questionar sobre o atraso na entrega do projeto de lei sobre a nacionalidade e também sobre a polémica que já vinha do fim-de-semana sobre o voto relativo à situação em Gaza. É prática habitual no Parlamento, os jornalistas abordarem os deputados e até os líderes partidários nos corredores ou irem bater às portas dos grupos parlamentares ou dos gabinetes dos deputados para falarem com eles.

Tanto a RTP como a SIC mostraram imagens de jornalistas a tentarem abordar Joacine Katar Moreira entre o Salão Nobre e os Passos Perdidos. A deputada e o seu assessor, Rafael Esteves Martins, são acompanhados por um sargento da GNR, que tenta afastar os jornalistas. O assessor da deputada, Rafael Esteves Martins, justificou, em declarações ao Observador, que a deputada estava a filmar um documentário para a Al Jazeera no Salão Nobre e que o sargento da GNR estava ali, inicialmente,

Rafael Esteves Martins acrescentou que tinha havido anteriormente um jornalista que tinha tentado entrar na sala de apoio, pelo que pediu ao sargento da GNR para acompanhar a deputada até ao gabinete de forma a não ser incomodada. “Quando estamos a trabalhar não conseguimos fazê-lo se estivermos a ser constantemente interrompidos”, afirmou o assessor, acrescentando que “a cultura de trabalho da sra. deputada é uma cultura de descanso no sentido intelectual do termo”, pelo que não pode ter pessoas a baterem à porta “como se se tratasse de uma repartição pública”.

Ainda segundo o Observador, o gabinete de Ferro Rodrigues pediu já esta quarta-feira esclarecimentos à secretaria-geral do Parlamento sobre o que se passou, ao qual Albino de Azevedo Soares disse que o que aconteceu não devia ter acontecido e não voltará a acontecer. “Os serviços de segurança não deviam ter disponibilizado um elemento para acompanhar a deputada porque não estava em causa a sua segurança física. Não devia ter acontecido “, disse Albino de Azevedo Soares ao Observador.

Esta quarta-feira de manhã, a deputada tem estado na comissão parlamentar de Ambiente onde decorrem audições sobre lítio, por iniciativa do Livre, que chamou ao Parlamento a Associação Montalegre com Vida, o ministro do Ambiente e o secretário de Estado da Energia.

Comentários
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  • osvaldo cardoso
    27 nov, 2019 Portimão 13:34
    Se fosse o André Ventura protagonista de tal acontecimento, isso seria FASCISMO...

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