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"25 de novembro sempre". Iniciativa Liberal divulga cartaz contra “cobardia histórica”

22 nov, 2019 - 18:05 • João Pedro Barros

O deputado João Cotrim Figueiredo diz que voto maioritário de abstenção do PS na saudação ao aniversário do 25 de novembro “desrespeita” o fundador Mário Soares. Partido vê importância da data como idêntica à do 25 de abril.

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O Iniciativa Liberal (IL) é a “única força política que celebra com o mesmo entusiasmo e orgulho o 25 de abril e o 25 novembro”, explica o deputado único do partido na Assembleia da República, João Cotrim Figueiredo, à Renascença. Por isso e para combater a “cobardia histórica” dos deputados socialistas, o partido colocou esta sexta-feira, na praça do Saldanha, em Lisboa, um cartaz sobre o dia de 1975 que ditou o fim do chamado Processo Revolucionário em Curso (PREC).

“25 de novembro sempre. Comunismo nunca mais”, pode ler-se em letras grandes, numa óbvia referência ao slogan “25 de abril sempre. Fascismo nunca mais”. Em letras mais pequenas está inscrita a frase “Só em novembro se cumpriu abril”.

“Para nós, dizer 'fascismo nunca mais' ou 'comunismo nunca mais' tem exatamente o mesmo valor moral”, reforça Cotrim Figueiredo, que admite que o cartaz vem “na senda” de outros igualmente polémicos colocados pelo partido. E associa também a opção estratégica ao facto de a maioria da bancada do PS se ter abstido esta sexta-feira, na Assembleia da República, num voto proposto pelo CDS, de saudação pelo 44.º aniversário do 25 de novembro.

“Os votos que hoje se discutiram em plenário ilustram um pouco isto. O voto do CDS-PP não mereceu o apoio do PS, com a exceção honrosa de sete dos seus deputados, cuja coragem aproveito para saudar porque votaram contra a maioria do grupo parlamentar, num exercício de falta de memória e até desrespeito a muitos socialistas. A começar pelo próprio Mário Soares, que se psocicionou contra a tentativa comunista de assalto ao poder em 1975. É contra essa falta de memória e cobardia histórica que tomamos esta iniciativa”, explica o deputado.

O voto proposto pelo CDS seria no entanto aprovado, com os votos a favor, para além de CDS e IL, do PSD e do Chega. Um segundo voto, de "saudação à construção da Democracia em Portugal, seria também aprovado por PS (com uma abstenção), PSD, PAN e IL.

Um partido sem cravo na lapela?

Como imagem do cartaz está o general Jaime Neves, militar que desempenhou um papel decisivo nas operações do 25 de novembro, do lado das chamadas forças moderadas, que englobavam PS, PPD e CDS. Cotrim Figueiredo diz que se trata de um “símbolo e apenas isso” e, questionado sobre se irá usar um cravo na lapela na sessão comemorativa do 25 de abril na Assembleia da República, disse ainda não ter pensado nisso.

“Somos um partido de ideias, que não distingue as pessoas por aquilo que usam ou pela forma como se comportam e sim pelas ideias e coragem com que definem as ideias. Não sei que cor vou usar ou o que estará na lapela”, respondeu.

Este domingo, na Fábrica da Pólvora, em Oeiras, a partir das 16h, o IL irá organizar a chamada Festa da Liberdade, em que o tema dos discursos será precisamente a importância do 25 de novembro para a história de Portugal. “Para nós, 25 de abril e 25 de novembro são datas que, uma sem a outra, não fazem sentido”, reforça o também candidato a líder do partido, na sequência do pedido de demissão do presidente em funções, Carlos Guimarães Pinto.

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  • César Augusto Saraiva
    24 nov, 2019 Maia 17:01
    A explicação está muito clara - e bem dada - no excelente artigo da Graça Franco: «Chegaram atrasados ao 25 de novembro»...
  • Rita
    23 nov, 2019 Lx 15:17
    Alguém me explique quando houve uma ditadura comunista em Portugal. Já fascista durou quase 50 anos...tenham dó!

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