21 nov, 2019 - 13:14 • Fátima Casanova , Cristina Nascimento com Lusa
A iniciativa '#plasticoamais' desenvolvida pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), recolheu um total de 835 denúncias de consumidores sobre produtos com excesso ou injustificada embalagem de plástico.
Quando se assinala a Semana Europeia de Prevenção de Resíduos, a DECO divulgou esta quinta-feira um balanço da campanha, lançada em 5 de junho, que revela que 41,05% das denúncias visaram a embalagem de produtos frescos (legumes e frutas) e 19,35% foram relativas a produtos secos de mercearia como grão e arroz.
“Cerca de 40% prenderam-se com produtos frescos: os pepinos que verificamos muitas vezes que estão embalados, brócolos embalados e - o mais famoso - as bananas embaladas”, diz à Renascença Paulo Fonseca da Deco, acrescentando que estes são “produtos que nunca associamos a um embalamento, sobretudo um embalamento em plástico”.
A percentagem mais baixa (1,96%) diz respeito aos produtos de limpeza.
Além de produtos que utilizam o plástico aparentemente de forma injustificada, os consumidores também têm estado a criticar o uso de embalagens com uma dimensão desproporcionada.
“Vamos comprar um determinado produto, seja um folhado ou um pão com chouriço e a própria embalagem é quatro vezes superior ao tamanho do produto”, descreve.
As páginas das redes sociais que serviram de suporte à iniciativa tiveram cerca de 5.350 consumidores envolvidos.
Na sequência das denúncias recolhidas na campanha, a DECO efetuou 10 reuniões com empresas para reivindicar soluções de redução de embalagens. Paulo Fonseca diz à Renascença que, de forma geral, assumiram o compromisso de reduzir o plástico nas embalagens, mas alegaram que há situações em que a legislação não o permite.
“É o caso dos congelados ou os biológicos que têm de estar separados dos outros frescos”, explicita.
A Deco garante que vai estar atenta aos compromissos assumidos pelas empresas, para reduzir o plástico, pelos menos, nas embalagens de marca própria, mas Paulo Fonseca avisa que é preciso ter cuidado com as alternativas.
“Hoje em dia temos um sistema de gestão de resíduos que está bem construído para efeitos de reciclagem. Se substituirmos por outro tipo de materiais que desconhecemos ainda o impacto que pode ter no ambiente, pode contaminar a reciclagem”, remata.